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Israel deveria prorrogar a moratória sobre as construções nos assentamentos judaicos, e os Estados árabes precisariam normalizar suas relações com o Estado judaico para fomentar as nascentes negociações de paz, disse o presidente norte-americano Barack Obama nesta quinta-feira.

Falando na Assembleia Geral da ONU três semanas depois de líderes israelenses e palestinos terem retomado as negociações diretas de paz, Obama exortou os líderes mundiais a assegurar que "esta vez seja diferente" dos esforços anteriores, que fracassaram em pôr fim ao conflito que se arrasta por três décadas.

Obama disse que todas as partes precisam olhar para além das décadas de desconfiança e derramamento de sangue e resistir ao pessimismo, para apoiar as negociações, cujo objetivo é criar um Estado palestino que viva ao lado de Israel em paz e segurança.

Além de Obama, os líderes da China, Irã e Turquia iriam discursar nas Nações Unidas nesta quinta-feira, em meio a divergências mundiais sobre taxas de câmbio e proliferação nuclear.

Obama disse ao Irã que a porta continua aberta para diplomacia para resolver os receios em relação a seu programa nuclear, que Washington acredita ter como objetivo o desenvolvimento de armas, mas o governo iraniano afirma ter finalidades exclusivamente pacíficas.

Obama transmitiu sua mensagem no pódio da ONU em um momento em que os norte-americanos estão com a atenção fixa na economia dos EUA, que está em ritmo lento antes das eleições parlamentares de 2 de novembro, nas quais a previsão é que os eleitores castiguem seu partido, o Democrata, e fortaleçam os republicanos.

Falando em termos incomumente francos, Obama exortou especificamente os países que já prometeram apoio aos palestinos a cumprirem suas obrigações em matéria de apoio político e financeiro e disse que eles "precisam parar de tentar derrubar Israel".

"Muitos neste recinto se consideram amigos dos palestinos. Mas essas promessas agora precisam ser fundamentadas por atos", disse ele.

ASSENTAMENTOS

Os EUA estão tentando manter no rumo desejado as negociações diretas entre Israel e os palestinos, mediadas por Obama.

Mas a recusa de Israel até agora em prorrogar a suspensão das construções nos assentamentos judaicos na Cisjordânia está pondo o processo em risco. Os palestinos ameaçam abandonar as negociações se as construções nos assentamentos forem retomadas depois do término da moratória parcial, em 30 de setembro.

"Acreditamos que a moratória deveria ser estendida", disse Obama. "Também pensamos que as negociações devem continuar até serem concluídas. Agora é hora de aproveitar a oportunidade, para que ela não se perca."

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, cujo governo de coalizão é dominado por partidos favoráveis aos assentamentos, disse que não estenderá a moratória das construções, mas que pode limitar construções futuras em alguns assentamentos.

Obama, que reuniu os dois lados em Washington em 2 de setembro para reiniciar as negociações diretas após um hiato de 20 meses, disse que os Estados árabes precisam mostrar a Israel o quanto tem a ganhar com a busca da paz.

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