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Obama durante discurso à nação: “Não intervir na Líbia teria sido uma traição de quem somos” | J.D.Pooley / AFP
Obama durante discurso à nação: “Não intervir na Líbia teria sido uma traição de quem somos”| Foto: J.D.Pooley / AFP

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem à noite, em pronunciamento à nação, que vai trabalhar em parceria com outros países para "apressar" a saída de Muamar Kadafi do poder na Líbia. Mas ele alertou que isso pode não ocorrer "do dia para a noite".

O presidente norte-americano disse ainda que já é possível verificar que os bombardeios aliados detiveram o avanço das tropas de Kadafi sobre os rebeldes que tentam tomar o poder desde 15 de fevereiro e, desde então, vêm sendo duramente reprimidos pelas forças do governo.

No discurso, o presidente ressaltou que as operações militares na Líbia conseguiram evitar uma catástrofe humanitária, mas deixou claro que os Estados Unidos continuarão a reduzir seu envolvimento no conflito ao longo dos próximos dias.

"Eu disse que o papel dos EUA seria limitado, que não colocaria tropas terrestres na Líbia, que iríamos focar nossos recursos exclusivos na parte frontal da operação, e que iria transferir a responsabilidade para os nossos aliados e parceiros", disse Obama. "Hoje, estamos cumprindo essa promessa."

Obama defendeu sua administração contra denúncias de que ele colocou a guerra em curso na Líbia sem a devida consulta ao Congresso e sem oferecer ao povo norte-americano uma razão clara.

Obrigação

O presidente disse que os Estados Unidos foram obrigados a agir, em conjunto com outras nações, uma vez que foi confrontado com uma "repressão brutal e uma crise humanitária" provocadas por Kadafi.

"Nós sabíamos que se esperássemos mais um dia, Benghazi – uma cidade quase do tamanho da Charlotte – poderia sofrer um massacre ", afirmou Obama. "Não era do nosso interesse nacional deixar isso acontecer. Recusei-me a deixar que isso ocorresse."

Obama também rejeitou as acusações de críticos que disseram que os Estados Unidos não devem intervir em tais situações, porque os interesses de segurança nacional não são suficientemente claros.

"Para deixar de lado a responsabilidade dos Estados Unidos como um líder e – mais profundamente – nossas responsabilidades para com nossos companheiros seres humanos em tais circunstâncias, teria sido uma traição de quem somos", disse ele.

"Algumas nações podem ser capazes de fazer vista grossa às atrocidades em outros países. Os Estados Unidos da América são diferentes."

"Graças aos extraordinários sacrifícios de nossas tropas e da determinação dos nossos diplomatas, estamos esperançosos sobre o futuro do Iraque. Mas a mudança de regime levou oito anos, milhares de vidas americanas e iraquianas, e cerca de um trilhão de dólares. Isso não é algo que podemos dar ao luxo de repetir na Líbia."

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