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Na Casa Branca, presidente Barack Obama se encontrou com jornalistas para falar sobre temas palpitantes – sobretudo espionagem nos EUA – antes de viajar de férias para Martha’s Vineyard | Jason Reed/Reuters
Na Casa Branca, presidente Barack Obama se encontrou com jornalistas para falar sobre temas palpitantes – sobretudo espionagem nos EUA – antes de viajar de férias para Martha’s Vineyard| Foto: Jason Reed/Reuters

4 passos

As medidas anunciadas por Obama para tranquilizar a opinião pública acerca dos mecanismos de espionagem dos EUA

1. Reformar a seção 215 do chamado Ato Patriota, a lei que aumentou os poderes do governo para a coleta de dados de indivíduos sob suspeita. O trecho que Obama pretende reformar trata, especificamente, da coleção de registros telefônicos.

2. Pedir ao Congresso para que aprove a participação de ativistas dos direitos civis nos júris secretos que decidem a legalidade dos pedidos de espionagem feitos pelos serviços de inteligência. Hoje, as decisões são tomadas depois de ouvir advogados do Departamento de Justiça, em audiências a portas fechadas.

3. Divulgar mais detalhes sobre os programas da Agência de Segurança Nacional (NSA), para "restaurar a confiança do público" nos órgãos de monitoramento.

4. Formar uma comissão de especialistas externos para rever todas as atividades governamentais de vigilância. De acordo com Obama, será "uma nova forma de pensar para novos tempos".

Diplomacia

Relações com a Rússia são reavaliadas pelo governo americano

Reuters

Os EUA sempre tiveram tensões com a Rússia e a conjuntura atual é apropriada para reavaliar a posição das duas nações depois de a Rússia tomar uma série de ações que contradizem os interesses norte-americanos. Essas são palavras do presidente Barack Obama, dos EUA, em entrevista coletiva realizada ontem na Casa Branca.

"Francamente, numa série de questões em que pensamos que podemos fazer algum progresso, a Rússia não se mexeu", disse Obama.

O presidente afirmou que não tem "uma relação pessoal ruim" com o presidente russo, Vladimir Putin. O americano cancelou uma visita que faria a Putin, em Moscou, pouco antes da reunião de cúpula do G20, em São Petesburgo. Mas deverá participar do encontro do G20, em Setembro.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem uma série de mudanças que, diz, aumentarão a "transparência" dos programas de espionagem do país. As medidas buscam tranquilizar o mundo quanto à suspeita de abusos por parte do governo norte-americano.

Em entrevista, o democrata disse não acreditar que o abuso exista atualmente, nem que as denúncias do ex-técnico da CIA Edward J. Snowden tenham provado qualquer coisa. Ainda assim, Obama decidiu agir porque "entende" que haja apreensão.

"Dado o histórico de abusos por parte de governos, é correto fazer perguntas sobre a vigilância, especialmente porque a tecnologia está reformulando todos os aspectos de nossas vidas", disse o presidente.

Das mudanças, a mais importante é a reforma da seção 215 do chamado Ato Patriota, uma lei que simboliza a reação dos EUA ao 11 de Setembro e que ampliou muito os poderes do governo de coletar dados de indivíduos suspeitos. O trecho que Obama pretende reformar trata, especificamente, do acesso a registros telefônicos.

O presidente também deve solicitar ao Congresso que reforme a Corte de Vigilância da Inteligência Estrangeira, que avalia solicitações secretas das autoridades para obter informações sobre determinado indivíduo. Ele pedirá ao Congresso que aprove a possibilidade de ativistas dos direitos civis participarem dos júris secretos nos quais a legalidade dos pedidos é decidida.

Hoje, o tribunal secreto toma suas decisões ouvindo apenas advogados do Departamento de Justiça, em audiências a portas fechadas.

Obama disse também que planeja divulgar mais detalhes sobre os programas da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), para que o público possa voltar a confiar nas instituições após as revelações de Snowden.

Além disso, o governo quer formar uma comissão de especialistas externos para rever todas as atividades governamentais de vigilância. Será "uma nova forma de pensar para novos tempos", afirmou o presidente.

Hostilidade

Ontem, Obama foi contundente ao falar sobre o delator Snowden. "Não acho que Snowden seja um patriota", disse o presidente, respondendo à pergunta de um jornalista e desafiando o ex-técnico da CIA a voltar para os EUA e prestar contas à Justiça.

A entrevista coletiva foi feita pouco antes de Obama viajar de férias para o litoral de Martha’s Vineyard, no estado de Massachusetts. As medidas anunciadas pelo presidente devem ser recebidas como uma vitória parcial de Snowden, que vazou segredos de inteligência sobre monitoramento de comunicações digitais e telefônicas de milhões de pessoas, dentro e fora dos EUA.

A NSA não quis comentar as propostas de Obama e tampouco está claro se o Congresso encampará a iniciativa. Vários parlamentares influentes têm defendido ativamente os programas de espionagem por verem neles ferramentas essenciais para conter ameaças terroristas.

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