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Barack Obama e o presidente Hamid Karzai: união de esforços por um Afeganistão mais próspero, seguro e pacífico | Ahmad Masood/AFP
Barack Obama e o presidente Hamid Karzai: união de esforços por um Afeganistão mais próspero, seguro e pacífico| Foto: Ahmad Masood/AFP

Líder norte- americano promete vitória

Agência France Press

Barack Obama se disse ontem "absolutamente certo" de que os Estados Unidos vencerão os talebans e a Al-Qaeda no Afeganistão, durante um discurso para as tropas norte-americanas reunidas na base aérea de Bagram, ao norte de Cabul.

"Sabemos que há dias difíceis pela frente. Haverá derrotas. Enfrentamos um inimigo determinado. Mas sabemos também que os Estados Unidos da América não desistem quando começam alguma coisa", afirmou Obama, sob os aplausos de centenas de soldados que acompanharam o discurso durante esta visita surpresa ao Afeganistão. "Com nossos aliados, venceremos. Estou absolutamente certo disso", acrescentou.

"Se os talebans retomarem este país e a Al-Qaeda puder agir com toda impunidade, então os americanos estarão correndo perigo de morte. Os afegãos perderão a sua chance de avançar e de prosperar. E o mundo será bem menos seguro", declarou Obama. "Como seu comandante em chefe, impedirei que isso ocorra", disse aos militares, que responderam com uma longa ovação.

"Vamos impedir a Al-Qaeda de ter um santuário. Vamos deter o avanço dos talibãs", continuou o presidente americano. "Sei que terminarão o trabalho", afirmou. Aos afegãos, ele explicou que o Exército americano está no país para "ajudá-los a construir uma paz duramente conquistada." "Queremos construir uma relação duradoura baseada em interesses mútuos e no respeito mútuo."

Em sua primeira visita ao Afeganistão desde que se tornou presidente dos EUA, Barack Obama afirmou ontem em Cabul que vê progresso na campanha militar no país, mas que o líder afegão, Hamid Karzai, precisa tomar mais medidas para combater a corrupção.

O Air Force One aterrissou em Bagram, ao norte da capital, e Obama foi levado de helicóptero para o palácio presidencial em Cabul, onde foi recebido pelo presidente. "Quero deixar uma forte mensagem de que a parceria entre EUA e Afeganistão continuará. Nós já vimos progresso na campanha militar contra o extremismo na região", disse Obama. "Nós queremos continuar a progredir em relação à boa governança, ao respeito às leis e aos esforços contra a corrupção. Todos esses fatores resultarão em um Afeganistão mais próspero, seguro e independente", acrescentou o líder americano.

Karzai disse esperar que "a parceria continue no futuro", ajudando na construção de um Afeganistão "estável, forte e pacífico", que possa se sustentar e ter um futuro melhor.

De acordo com oficiais americanos, Obama deve pressionar Karzai a combater a corrupção e o tráfico de drogas. Mais tarde, ele deve ouvir um relatório do comandante das forças da Otan no Afeganistão, general Stanley McChrystal, e discursar aos soldados dos EUA.

Visita-surpresa

Obama deixou Washington na noite de ontem. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, o presidente desejava "ver de perto" o progresso na campanha e obter informações atualizadas de McChrystal e de Karl Eikenberry, o embaixador dos EUA. Em dezembro do ano passado, Obama ordenou o destacamento de 30 mil soldados extras para o Afeganistão e estabeleceu um prazo até a metade de 2011 para a retirada das tropas. Cerca de um terço das tropa extras já chegou ao país, participando de uma megaofensiva contra a milícia radical Taleban no mês passado.

Obama teve uma relação conturbada com o governo de Karzai durante os 14 meses de mandato, cujo pior momento foram os três meses de eleições afegãs no ano passado. Em novembro de 2009, Eikenberry escreveu em um documento confidencial que vazou para a imprensa que Karzai "não era um parceiro estratégico adequado". Obama dialoga com Karzai de forma esporádica, diferentemente de seu predecessor, George W. Bush, que deu início ao conflito em 2001, após os ataques terroristas de 11 de Setembro.

Violência

A visita ocorre no mesmo dia em que ao menos seis civis morreram e sete ficaram feridos em várias explosões no sul e no oeste do Afeganistão, de acordo com o Ministério do Interior. Três das vítimas morreram na explosão ontem de uma mina no distrito de Sangin, na província de Helmand (Sul), um dos redutos dos talebans. Os outros três morreram numa explosão ontem no distrito de Nawa, também em Helmand, que deixou duas pessoas feridas. Além disso, cinco crianças ficaram feridas após uma explosão, também ontem, na província de Herat (Oeste).

Minas e bombas de fabricação caseira são um dos métodos mais utilizados por talebans para ameaçar as tropas internacionais no Afeganistão, embora costumem atingir mais os civis. Os talebans lutam para derrubar o governo de Karzai, expulsar do país as tropas internacionais e implantar a lei islâmica.

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