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Obama e o vice-presidente, Joe Biden, saúdam espectadores de comício em Ohio. Estado é o reduto do principal adversário do presidente no Congresso, o deputado John Boehner | Jewel Samad/AFP
Obama e o vice-presidente, Joe Biden, saúdam espectadores de comício em Ohio. Estado é o reduto do principal adversário do presidente no Congresso, o deputado John Boehner| Foto: Jewel Samad/AFP

O que está em jogo

Eleições legislativas e para governadores nos EUA, amanhã, podem mudar o jogo político no país:

Câmara dos Representantes

Será totalmente renovada - 435 cadeiras. Os democratas têm atualmente 255 representantes e os republicanos 178. Duas cadeiras estão vagas. Os republicanos precisam de 39 representantes a mais para alcançar a maioria.

Senado

Neste ano são renovados 37 dos 100 senadores (dois por estado da União). Os democratas têm atual­­mente 57 senadores e contam com os votos de dois congressistas independentes. Os republicanos possuem 41 cadeiras na Câmara Alta e precisam ganhar outras 10 para obter maioria, algo difícil de ser concretizado, segundo os analistas.

Governadores

Os americanos vão eleger na terça-feira 37 dos 50 governadores do país. Os democratas têm atual­­mente 26 governadores, contra 24 dos republicanos. As pesquisas apontam a possibilidade de vitó­­rias dos conservadores em mais 10 estados.

Em disputa

Se os republicanos conquistarem a maioria na Câmara de Representantes, o atual líder da minoria, John Boehner, será o presidente da Casa, em substituição à democrata Nancy Pelosi, que ocupa o cargo desde 2007. A maioria republicana colocaria em dúvida algumas reformas aprovadas sob a maioria democrata em 2009 e 2010, como as da saúde e a da regulamentação financeira. Mas os democratas conservariam uma minoria com capacidade de bloqueio e o presidente Barack Obama poderia fazer uso do direito de veto.

Assuntos bloqueados

O amplo projeto de lei sobre a mudança climática defendido por Obama pode ficar paralisado no caso de vitória republicana. A reforma da imigração também tem poucas chances de avançar com um Congresso dominado pelos republicanos.

Eleitores

Durante as últimas eleições legislativas, em 2008 (simultâneas com as presidenciais), votaram 131 milhões de americanos, o que re­­pre­­senta 64% das pessoas regis­­tradas para comparecer às urnas.

Fonte: AFP

Cleveland - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou ontem que seu governo não fará composições com a oposição republicana e não recuará em sua agenda, mesmo diante da inevitável perda do controle da Câmara dos Depu­­tados pelos democratas. A sinalização veio à tona em discurso de 35 minutos proferido em Ohio com o qual Obama encerrou sua participação na campanha para as eleições legislativas de 2 de no­­vembro.

"Não vamos voltar atrás. Va­­mos continuar remando na direção correta", afirmou Obama de um palco montado no ginásio de esportes da Universidade Estadual de Cleveland. Metade da plateia estava vazia.

A escolha do Estado não foi aleatória. Na eleição da metade do mandato presidencial, como a que ocorre amanhã, Ohio é considerado um termômetro política. O resultado local dará o sinal claro das dificuldades e chances de Obama conseguir sua reeleição em 2012. Ohio também é o reduto do principal adversário de Obama no Congresso, o deputado John Boehner, que deverá ser reeleito e assumir a presidência da Câmara.

Atual líder da minoria republicana na Câmara, Boehner mobilizou sua bancada contra a aprovação das reformas dos planos de saúde e do setor financeiro, do pacote de estímulo econômico e até mesmo da extensão da vigência do seguro-desemprego. Como presidente da Casa, deverá criar os obstáculos possíveis a futuras propostas do Executivo, como o fim da redução de impostos para a fatia mais rica da população e a adoção de benefícios tributários permanentes para a classe média.

Injeção de ânimo

Como objetivo primordial, Oba­­ma tentou estimular os democratas a comparecerem às urnas. Para essa ofensiva final, Obama trouxe o vice-presidente Joe Bi­­den. No dia anterior, o ex-presidente americano Bill Clinton con­­duziu um comício em apoio a Strickland e à reeleição também do deputado John Boccieri na ci­­dade de Canton.

O presidente norte-americano insistiu que seu governo afastou o risco de uma segunda recessão, neste ano, e na correção das políticas adotadas para atrair o investimento no setor manufatureiro, de energia limpa e de infraestrutura. Como um apelo, argumentou ser a estratégia da Casa Branca eficaz para tornar o país o "número 1" da economia mundial e trazer de volta os empregos transferidos para a China.

Leia mais sobre as eleições norte-americanas na coluna de Paul Krugman.

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