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Barreira colocada na Ilha Dauphin, no Alabama, para deter o avanço do óleo sobre a praia. Empresas refutam responsibilidade sobre o vazamento | Daniel Beltra/Greenpeace/Reuters
Barreira colocada na Ilha Dauphin, no Alabama, para deter o avanço do óleo sobre a praia. Empresas refutam responsibilidade sobre o vazamento| Foto: Daniel Beltra/Greenpeace/Reuters

Contradição

Desastre pode ser 14 vezes maior, dizem cientistas

AFP

A quantidade de petróleo que está fluindo aos borbotões no Golfo de México de uma plataforma afundada da British Petroleum pode ser muito superior às estimativas iniciais, o que contraria informações recentes da Guarda Costeira americana de que a enorme maré negra está se fragmentando.

O alerta sobre um vazamento ainda maior do que o calculado inicialmente foi feito por especialistas, num momento em que os executivos da BP tentam minimizar o tamanho do vazamento. Steven Wereley, um professor de engenharia mecânica da Universidade Purdue, declarou à Rádio Nacional Pública que a quantidade de petróleo derramada no mar é 14 vezes maior do que o oficialmente calculado (800 mil litros diários).

Outro cientista, Timothy Crone, do Observatório Terrestre Lamont-Dohorty da Universidade de Columbia, analisou a mancha submarina de petróleo usando um método diferente, mas tirou conclusões quantitativas similares.

Por sua parte, o oceanógrafo da Universidade Estatal da Flórida Ian R. MacDonald, analisou a maré negra recorrendo a imagens de satélites e declarou ao New York Times que seus cálculos sugeriam que a mancha sobre o Golfo do México pode ser facilmente cinco vezes maior do que o originalmente avaliado.

  • Veja as áreas atingidas pelo vazamento de óleo no Golfo do México

O presidente dos EUA, Barack Obama, fez duras críticas ontem às empresas envolvidas no gigante vazamento de petróleo no Gol­­fo do México. O presidente afir­­mou que a tentativa de transferir publicamente a culpa pelo acidente é um "espetáculo ridículo".

Em comentários após um encontro com seu gabinete para discutir esforços para conter o va­­zamento e minimizar seu impacto nas comunidades do Golfo, Obama disse estar irritado e frustrado com acidente, que pode causar um grande desastre ecológico e econômico. "Eu tenho que dizer, no entanto, que eu não aprecio o que eu considero ser um espetáculo ridículo durante as audiências do Congresso sobre a questão. Teve executivos da BP, Trans­­ocean e Halliburton caindo um sobre os outros para apontar o dedo da culpa em outro al­­guém", disse Obama.

O presidente se referiu aos de­­poimentos nesta semana no Con­­gresso por líderes das três empresas envolvidas no desastre – a gi­­gante energética British Petro­­leum, a Halliburton e a Transo­­cean Ltd. Nenhuma das três assumiu responsabilidade pelo vazamento.

"O que realmente importa é isso: tem petróleo vazando... e pre­­cisamos interrompê-lo o mais rápido possível", disse Obama. As projeções científicas sobre o volume de óleo que jorra livremente há três semanas de um poço pe­­trolífero têm variado tremendamente, desde 5 mil barris diários (795 mil litros) aventados pela BP a até 100 mil barris (15,9 milhões de litros) por dia.

O executivo operacional chefe da BP, Doug Suttles, defendeu suas estimativas de que o volume que está vazando por dia seria de aproximadamente 5 mil barris. "Acho que essa é uma projeção acertada", disse Suttles.

A plataforma Deepwater Horizon explodiu no dia 1º de maio, desencadeando o vazamento. A pesca e o turismo, dois dos principais pilares econômicos da Costa do Golfo, estão ameaçados pela mancha de óleo crescente, que também põe em risco a sobrevivência de aves, tartarugas-marinhas e outros animais.

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