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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai anunciar nesta terça-feira o envio de mais 30 mil soldados ao Afeganistão, numa longamente aguardada mudança na estratégia de guerra com a qual ele espera derrotar o Taliban e permitir a saída dos EUA do Afeganistão, disse uma fonte do governo à Reuters.

Após três meses de deliberações vistas por alguns críticos como atraso e indecisão, Obama deve apresentar seu plano em um discurso para cadetes da Academia Militar dos EUA em West Point, Nova York.

O decisivo discurso televisionado acontecerá às 20h00, horário local (23h de Brasília). A Casa Branca diz que Obama já deu ordens a seus comandantes para o aumento das tropas.

Uma importante autoridade do governo disse à Reuters, sob condição de anonimato, que o presidente vai anunciar o envio de mais 30.000 soldados pelos próximos seis meses em seu pronunciamento.

Antes do discurso, Obama falou por uma hora por videofone com o presidente afegão Hamid Karzai, disse o gabinete deste.

Washington vem tendo uma relação tensa com Karzai desde que Obama chegou ao poder. A tensão se agravou nos últimos três meses em função da eleição presidencial afegã marcada por acusações de fraudes.

O aumento das tropas representa uma aposta importante de Obama. Ele chegou ao poder prometendo um foco maior sobre o Afeganistão, mas vem enfrentando ceticismo de alguns assessores chaves em relação à conveniência de apostar mais vidas e dinheiro para ajudar um governo em Cabul amplamente visto como sendo corrupto e inepto.

Em seu discurso, Obama pretende enfatizar que os EUA não assumiram um "compromisso por tempo indeterminado" no Afeganistão, mas querem entregar o poder a forças afegãs novamente treinadas e começar a retirar suas forças assim que isso for praticável.

Seu desafio é inverter o que os comandantes militares americanos descrevem como situação em deterioração, devido à ressurgência do Taliban.

Obama também pretende persuadir Karzai, que deve escolher os integrantes de seu novo gabinete nos próximos dias, a reprimir a corrupção e melhorar a governança, em troca do apoio americano.

Plano de saída

Na posse do líder afegão, no mês passado, os dois lados minimizaram suas diferenças. Karzai prometeu combater a corrupção, e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou as medidas que ele anunciou.

Também se prevê que Obama enfatize a necessidade de o Paquistão fazer mais para combater militantes que atravessaram a fronteira do Afeganistão. A administração já disse que acertar a política em Islamabad é tão importante quanto em Cabul.

Autoridades americanas disseram que Obama vai anunciar que autorizou o envio de 30 mil soldados adicionais ao Afeganistão. Atualmente há aproximadamente 58 mil soldados americanos e 42 mil soldados aliados nesse país.

Obama não deverá fixar uma data específica para a retirada americana. A estratégia prevê um aumento das tropas em várias etapas, seguida por uma retirada gradual e a entrega da responsabilidade pela segurança às forças afegãs nos próximos três a cinco anos, disseram assessores.

O presidente pode enfrentar dificuldade para persuadir o público americano de sua estratégia. Muitos americanos já estão cansados da guerra iniciada após os ataques de 11 de setembro de 2001 e querem que mais atenção seja voltada à economia nacional enfraquecida.

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