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Crise

Obama vê “um longo caminho a percorrer” na economia dos EUA

Presidente americano comentou as dificuldades do país na geração de empregos depois da divulgação de relatório decepcionante

Obama disse ontem que as autoridades dos EUA precisam tomar medidas imediatas para fortalecer a recuperação da economia | Mandel Ngan/AFP
Obama disse ontem que as autoridades dos EUA precisam tomar medidas imediatas para fortalecer a recuperação da economia (Foto: Mandel Ngan/AFP)

Ao falar sobre a economia dos Es­­tados Unidos, o presidente Ba­­rack Obama disse haver ainda "um longo caminho a percorrer". A afirmação se referia a um relatório decepcionante sobre o mercado norte-americano de trabalho, divulgado ontem, mostrando uma taxa alta de desemprego.

Em junho, no país, foram criados apenas 18 mil empregos líquidos, segundo o Departamento de Trabalho, 28% a menos que em maio e quase quatro vezes menos que o esperado pelos analistas.

De acordo com Obama, em discurso na Casa Branca, o relatório indicou que os formadores de po­­lítica ainda têm um "grande buraco" para preencher.

Enquanto a crise de dívida so­­berana na Europa e a briga em Wa­­shington sobre o aumento do li­­mite de endividamento dos Esta­­dos Unidos criam obstáculos para a economia, Obama disse que as autoridades precisam tomar me­­didas imediatas para fortalecer a recuperação.

O presidente americano pe­­diu que o Congresso aja rapidamente com relação a várias medidas que podem ajudar a estimular a criação de postos de trabalho, in­­clu­­indo um pacote de acordos co­­mer­­ciai s, gastos com infraestrutura e mudanças no sistema de patentes.

A extensão de isenções fiscais implementadas no último ano também podem ajudar a aumentar a confiança do consumidor.

Negociadores da Câmara e do Senado dos Estados Unidos se reunirão amanhã na Casa Branca para discutir a questão do teto da dívida e, em­­bora tenha admitido que "diferenças reais" ainda existem sobre um plano fiscal, Obama disse ter esperança de chegar a um acordo.

Nos EUA, as contratações man­­tiveram-se em ponto morto pelo segundo mês consecutivo: sua média mensal em maio e junho (21.500) é um décimo do registrado nos três meses anteriores.

A taxa oficial de desemprego manteve o aumento iniciado em abril, situando-se em 9,2%, seu nível mais alto desde o início do ano, apesar de a população ativa também ter baixado.

O relatório oficial sobre emprego é amplamente considerado como o melhor indicador da vitalidade da economia americana. Desta vez, teve o efeito de um balde de água fria, depois das expectativas impulsionadas na quinta-feira pelos dados publicados sobre o emprego no setor privado.

Os analistas expressaram sua decepção, qualificando as cifras de "frágeis, de qualquer ponto de vista", "terríveis", "horríveis" e in­­clusive "abomináveis". Enquanto o setor público, sob pressão orçamentária, suprimia empregos pelo nono mês consecutivo, o se­­tor privado, centro das atenções, criou apenas 57 mil postos de trabalho, 22% a menos que em maio, quando os analistas esperavam 110 mil, e a ADP previa 157 mil.

"Onde estão os empregos?", questionou o presidente da Câma­­ra dos Representantes, o republicano John Boehner, que aproveitou a ocasião para reiterar seu chamado a suprimir gastos públicos, que na sua opinião causam mais mal do que bem para a economia. Calcula-se que são necessários 150 mil empregos líquidos mensais para reduzir o desemprego nos Estados Unidos.

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