• Carregando...

Cidade do México – O candidato esquerdista Andrés Manuel López Obrador pediu ontem a seus simpatizantes que não reconheçam a decisão do Tribunal Federal Eleitoral que praticamente confirmou a vitória do direitista Felipe Calderón à Presidência do México.

Segundo o Tribunal, não houve provas de fraude e foi confirmada a vantagem de 240 mil votos de Calderón em relação a Obrador. "Os juízes foram cúmplices, validaram a fraude e respaldaram os delinqüentes que nos roubaram a eleição presidencial’’, disse López Obrador no Zócalo, a principal praça da Cidade do México, onde está acampado desde 30 de julho. "Foi um golpe de Estado e uma submissão da Justiça aos extremistas da direita.’’

Obrador convocou uma assembléia popular para 16 de setembro, Dia da Independência do México, em que vai pedir que Calderón "não seja reconhecido presidente’’.

Mas a decisão judicial e a longa duração do protesto da esquerda (a principal avenida da Cidade do México está bloqueada há um mês) começam a afetar o apoio a Obrador.

Pesquisa divulgada ontem pelo jornal Crónica, do Instituto GEA/ISA, revela que, se as eleições fossem agora, Calderón venceria por 48% contra 35% de López Obrador. Outra pesquisa, do instituto BGC e Associados, diz que 63% dos entrevistados acham que Calderón é o vencedor, contra apenas 25% de Obrador.

Para o jornalista Ariel González, editor do jornal Milenio, o bloqueio de avenidas na capital e sua recusa em acatar a decisão da Justiça estão tirando apoio do líder da esquerda.

"Nos primeiros dias após as eleições, Obrador conseguiu instalar a sensação de que havia irregularidades na eleição. Mas sua estratégia se radicalizou demais e minou sua popularidade’’, disse.

Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, Manuel Camacho Solís, um dos principais assessores de López Obrador, afirmou que "só a anulação da eleição poderia dar saída à crise política do México’’.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]