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Grupo de observadores conversam no sudoeste de Tbilisi: 300 deles devem monitorar a chamada "zona de segurança" | David Mdzinarishvili / Reuters
Grupo de observadores conversam no sudoeste de Tbilisi: 300 deles devem monitorar a chamada "zona de segurança"| Foto: David Mdzinarishvili / Reuters

Um grupo de observadores da União Européia começou nesta quarta-feira (1) a patrulhar no território georgiano, como estipulado em um acordo de paz entre a Geórgia e a Rússia. Inicialmente as forças russas tentaram ignorar esse ponto do pacto, mas cederam.

As tropas de Moscou afirmaram que não deixariam que os observadores do bloco europeu entrassem na zona-tampão que circunda a província separatista da Ossétia do Sul. A posição russa despertou temores de que o país não cumpra o acordo de cessar-fogo estabelecido após a breve guerra com a Geórgia, em agosto.

Mas o grupo de 300 observadores chegou a um posto de controle russo, perto do povoado de Kvenatkotsa, o perímetro da chamada "zona de segurança" russa no território georgiano. Os soldados russos liberaram em seguida o acesso à área.

As tropas russas não permitiram que os jornalistas acompanhassem os observadores na área. Porém estavam liberando civis georgianos, após revistarem seus carros.

"A situação está muito tranqüila, afirmou o militar russo Ivan Kukushkin, encarregado do posto de controle. Outro grupo de monitores europeus chegou à comunidade de Odisi, também nas proximidades da Ossétia do Sul.

Como parte do cessar-fogo, mediado pela UE, a Rússia concordou em retirar suas tropas da Geórgia, mantendo-as apenas nas províncias separatistas, a Ossétia do Sul e a Abkházia. As tropas russas também deveriam deixar o zona-tampão criada ao sul da Ossétia do Sul. "Os russos nos mostraram planos para desfazer seus postos de controle, mas não disseram quando", afirmou o chefe da missão da UE, Hansjoerg Haber.

O presidente russo, Dmitry Medvedev, afirmou nesta quarta-feira que a Rússia cumprirá sua promessa de retirar os soldados do território georgiano. A Rússia ainda pretende manter 7.600 mil soldados na Ossétia do Sul e na Abkházia e não permitiu que os observadores entrassem nas províncias.

Em uma entrevista perto de São Petersburgo, concedida após ter conversado com o primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodríguez Zapatero, Medvedev disse que não existem fundamentos ideológicos para uma nova Guerra Fria entre a Rússia e o Ocidente, ou qualquer tipo de guerra, apesar do conflito com a Geórgia, aliada dos EUA.

"Nós não temos uma diferença ideológica que possa levar a uma nova Guerra fria ou a qualquer tipo de guerra", disse Medvedev.

O chefe da política externa da UE, Javier Solana, visitou a Geórgia nesta terça-feira (30) e mostrou confiança de que a Rússia cumprirá os prazos para retirada das tropas. "Nós esperamos muito e estamos certos de que antes de 10 de outubro essa parte da missão estará concluída", disse Solana.

O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, disse nesta quarta-feira (1) esperar a retirada dos russos. "Nós não estaremos satisfeitos até que o último soldado russo caia fora do meu país "

A guerra começou em 7 de agosto, quando tropas georgianas lançaram uma ofensiva para retomar o controle da Ossétia do Sul. A Rússia enviou tropas, que rapidamente derrotaram os militares georgianos e em seguida tomaram posições em vários pontos da Geórgia.

A ocupação do território georgiano pela Rússia e o posterior reconhecimento por Moscou da independência da Ossétia do Sul e da Abkházia geraram condenação do Ocidente, que pediu que os russos respeitem a soberania da Geórgia. As informações são da Associated Press.

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