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Potências ocidentais procuraram convencer o Irã a aceitar um pacote de incentivos em troca da suspensão de seu programa de combustível atômico, que estava sendo discutido na AIEA, a agência de vigilância atômica da ONU, nesta quinta-feira. As ameaças anteriores de sanções foram minimizadas.

Em Teerã, porém, o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, disse que o Irã não vai ceder às pressões do Ocidente. Referindo-se ao programa de enriquecimento de urânio iraniano, ele disse:

- A continuação dessa iniciativa científica é um de nossos principais objetivos.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas mais a Alemanha ofereceram ao Irã, em 6 de junho, um pacote de incentivos em troca da suspensão do enriquecimento de urânio, que Teerã afirma que será usado para gerar eletricidade, mas que o Ocidente vê como disfarce de um projeto de bomba atômica.

O conselho de direção da AIEA discutiu dois relatórios de seu diretor, Mohamed ElBaradei, em que ele cita a obstrução contínua pelo Irã das investigações de suas intenções nucleares pela agência e sua recusa em suspender o enriquecimento.

O embaixador dos EUA na AIEA, Gregory Schulte, disse que o Irã pode optar entre dois caminhos, um dos quais oferece tecnologia nuclear pacífica e o outro "que levará o Conselho de Segurança a exercer sua influência." Mas ele não mencionou sanções, que foram ameaçadas várias vezes antes da oferta do pacote de incentivos, em 6 de junho.

Irã avalia incentivos

O embaixador iraniano Ali Asghar Soltanieh disse à reunião da AIEA que o pacote de incentivos está sendo seriamente avaliado.

- Estamos decididos a conservar aberta a porta às negociações e ao diálogo - disse Soltanieh a jornalistas.

Os seis países deram ao Irã o prazo até a cúpula do G8 (que reúne os oito maiores países industrializados do mundo) marcada para meados de julho para dar uma resposta. Se o Irã rejeitar o pacote, as potências ocidentais podem buscar a imposição de sanções pela ONU. A China e a Rússia vêm resistindo a essa possibilidade.

O chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki, se disse "otimista e realista" quanto à possibilidade de um acordo, mas, segundo o jornal espanhol "El País", afirmou que o Irã ainda quer enriquecer urânio em seu próprio território.

Indagado sobre a oferta russa, aprovada pelo Ocidente, de enriquecer urânio para Teerã, que impediria que o Irã dominasse a tecnologia de enriquecimento, Mottaki disse que o país vai continuar a estudar a proposta.

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