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A Organização dos Estados Americanos (OEA) iniciou na terça-feira sua assembleia anual buscando aproximar posições para permitir o regresso da reticente Cuba ao organismo, do qual foi expulsa há quase meio século por pressões dos Estados Unidos.

Embora a ilha de governo comunista tenha dito que não lhe interessa voltar à OEA, a maioria dos países latino-americanos reunidos em Honduras quer permitir seu retorno sem condições para aproximar Cuba do resto das nações e como um gesto que estimule seu incipiente diálogo com os Estados Unidos.

A atitude atual de Washington é diferente da que existia na época da Guerra Fria, quando pressionou pela expulsão de Cuba, em 1962. Mas, embora tenha demonstrado um desejo de aproximação, só prometeu seu voto a favor da reintegração caso Havana se abra a mudanças democráticas e liberte presos políticos.

No discurso inaugural da assembleia, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, disse que a questão de Cuba envolve "os principais valores que dão sustento ao nosso sistema: a inclusão que proclama nossa Carta fundadora e a democracia que consagramos em nossa Carta democrática interamericana."

"Não tenhamos então medo de discutir esse tema, mas recordando precisamente esse passado, ponhamos à frente a vontade de alcançar consensos. Queremos progredir e deixar para trás um passado que para muitos não é positivo, mas não à custa de cair de novo em divisões", acrescentou.

A Carta da OEA estabelece que seus integrantes sejam países com regimes democráticos, representativos e pluralistas. Os EUA, que mantêm um embargo comercial contra o regime comunista há quase meio século, dizem que, para voltar à OEA, Havana deveria prestar contas quanto à situação dos direitos humanos e liberdades individuais no país.

"A integração na OEA é algo que exige responsabilidades, e todos devemos prestar contas perante os demais", disse há alguns dias a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, que participa da assembleia.

Insulza disse que de antemão é impossível prever como votarão os chanceleres, que discutirão o assunto a portas fechadas.

Apenas três presidentes acompanham a reunião: o anfitrião Manuel Zelaya, o nicaraguense Daniel Ortega e o paraguaio Fernando Lugo.

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