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A mudança de governo nos Estados Unidos e os primeiros sinais de que o presidente Barack Obama pretende, de fato, romper com o unilateralismo cultivado por George W. Bush já provocaram um degelo na cúpula da instituição multilateral que cuida da política do continente americano: a Organização dos Estados Americanos (OEA). O seu secretário-geral, o chileno José Miguel Insulza, se animou a dizer — pela primeira vez, publicamente — que quer a volta de Cuba à entidade e, portanto, ao sistema interamericano de países.

" Eu sou partidário do retorno de Cuba ao sistema interamericano. Creio que os países da região devem dar o impulso para isso. Não estou colocando condições prévias. Não estou fixando prazos nem exigindo isso. Isso tem que ter um certo ritmo. Cedo ou tarde esse momento chegará. Oxalá chegue mais cedo do que tarde", disse Insulza na quinta-feira a um grupo de jornalistas latino-americanos.

O secretário-geral da OEA esclareceu que, apesar de sua posição, ele próprio não pode fazer muito a respeito a não ser sugerir, incentivar os governos da região. Na prática é preciso que os países revoguem a resolução de 1962 que afastou Cuba e, em seguida, promovam uma votação que aprovem o seu retorno.

" Não creio que Cuba tenha que vir bater em nossa porta com um chapeuzinho nas mãos", disse ele, ressaltando que uma vez que as portas estejam novamente abertas aos cubanos, restará saber se eles desejam voltar à OEA.

Na opinião de Insulza, embora tendo direito a um acesso total, a volta de Cuba poderia se dar aos poucos, com a sua participação em determinados grupos de trabalho da OEA. "Eu sou partidário de nos abrirmos completamente. A partir daí, o país decide se, e como, quer participar", ponderou.

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