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Bruxelas – O Fórum Econômico Mundial que começa hoje, na estação de esqui de Davos, na Suíça, pode indicar que os ministros de comércio estão prontos para o relançamento completo das negociações mundiais da Rodada de Doha, afirmou ontem o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy.

Embora a sessão de sábado em Davos não deva tratar diretamente das negociações, ela pode se tornar um trampolim para a retomada das conversas visando a liberalização comercial, que já duram cinco anos e que foram suspensas pela OMC em julho do ano passado. "Acredito que possa ter, dependendo da vontade, um sinal de retomada completa das atividades", disse Lamy.

A Rodada de Doha, lançada em 2001 logo após os ataques de 11 de setembro para impulsionar o comércio mundial e tentar retirar da miséria milhões de pessoas, foi suspensa por divergências entre grandes potências comerciais, especialmente sobre questões ligadas ao comércio agrícola.

Outros temas

No Fórum Econômico Mundial também deve ser discutido um amplo programa em que a elite econômica e política mundial debaterá assuntos estratégicos como crescimento econômico, segurança, mudança climática e energia. Esta grande reunião anual dos principais líderes políticos e empresariais de todo o planeta pretende encontrar soluções para o "mundo cada vez mais esquizofrênico que enfrentamos", segundo seu fundador, o alemão Karl Schwab, que para este ano elegeu o lema "A transição gradual do poder no mundo".

São esperados para a edição de 2007 quase 2.400 convidados de 90 países, entre eles 24 chefes de Estado, 85 ministros, dirigentes de organismos internacionais e de inúmeras multinacionais, estudiosos, além de dirigentes dos meios de comunicação e da sociedade civil.

A novidade deste ano no evento será a participação da comunidade empresarial mundial. Segundo uma pesquisa que a organização do Fórum faz todos os anos com seus participantes antes do encontro em Davos, 20% dos entrevistados têm como prioridade proteger o meio ambiente, contra os 9% do ano passado.

"Trata-se de uma mudança notável, apesar de estar claro que os líderes que vão a Davos vêem o mundo e seus problemas de maneira diferente da população mundial", afirma Peter Torreele, subdiretor do Fórum.

A pesquisa, publicada na segunda-feira, também enfatiza que os líderes mundiais estão "otimistas a respeito do futuro crescimento econômico, mas pessimistas sobre a segurança e o futuro", segundo um comunicado a organização do evento.

A energia será outro tema econômico e estratégico de importância, com debates sobre a crise russa e participantes como os presidentes das gigantes Petrobrás e Gazprom (russa), além de vários ministros do setor, como a titular chilena da Energia, Karen Poniachik.

No terreno político, a chanceler alemã Angela Merkel abrirá o Fórum detalhando suas prioridades como presidente neste ano do Grupo G-8, os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia, e da União Européia (UE) durante o primeiro semestre de 2007.

Merkel se encontra amanhã com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em um momento em que os membros do Quarteto para o Oriente Médio desejam reativar o processo de paz entre israelenses e palestinos.

Quase ao mesmo tempo em que se celebra a reunião de Davos, também ocorre, como desde 2001, o Fórum Social Mundial (FSM), encontro antiliberal criado como contraponto ao Fórum de Davos, que está sendo realizado na capital do Quênia, Nairóbi, até amanhã.

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