• Carregando...
Uma casa é consumida pelas chamas em Kineta, perto de Atenas, em 23 de julho | VALERIE GACHEAFP
Uma casa é consumida pelas chamas em Kineta, perto de Atenas, em 23 de julho| Foto: VALERIE GACHEAFP

Incêndios florestais no nordeste de Atenas mataram pelo menos 74 pessoas e feriram mais de 150, de acordo com balanço divulgado pela Defesa Civil local nesta terça-feira (24). 

Moradores e veranistas se viram obrigados a fugir em direção ao mar para escapar das chamas deste incêndio que já é considerado o mais mortal da Grécia em mais de uma década. Os incêndios atingiram florestas de pinheiros e transformaram casas em escombros parcialmente derretidos.  

O número de mortos subiu drasticamente nesta terça quando autoridades encontraram mais de 20 corpos perto de uma praia, de acordo com informações da imprensa. Alguns deles pareciam estar se abraçando e presumivelmente eram famílias, segundo o chefe da Cruz Vermelha da Grécia. 

O governo declarou situação de emergência nas áreas atingidas. A Grécia, que já usa sua frota completa de aviões, está solicitando ajuda internacional para lidar com os incêndios. Vários países, incluindo Chipre e Espanha, ofereceram assistência. 

"Estamos lidando com algo completamente diferente", disse Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia, que estava na Bósnia e antecipou a volta para seu país.

Dificuldade para controlar os incêndios

A Grécia teve um verão seco e quente. Os incêndios florestais se espalharam rapidamente na segunda-feira, de forma imprevisível, quando a velocidade do vento chegou a 100 km/h. Eles estão localizados em dois pontos: um a cerca de 30 quilômetros a oeste de Atenas e outro no nordeste da capital perto de Rafina.

Um porta-voz do governo afirmou, na noite de segunda-feira, que a combinação de "ventos intensos" e "múltiplas frentes paralelas" estavam criando dificuldades para os bombeiros. 

Na segunda-feira, as autoridades pediram a evacuação de casas de veraneio e acampamentos de verão para crianças. Enquanto as pessoas corriam para as praias e portos para escapar das chamas, mais de 700 foram evacuadas pela guarda costeira, de acordo com a Associated Press. 

"Tivemos azar", disse à Associated Press Evangelos Bournous, prefeito da cidade portuária de Rafina. "O vento mudou e chegou até nós com tanta força que arrasou a área costeira em minutos". 

Muitas das vítimas ficaram presas no balneário de Mati, a cerca de 40 km a nordeste de Atenas, e morreram em suas casas ou em seus carros enquanto tentavam fugir. 

Bournous disse que mais de mil casas foram totalmente queimadas, assim como centenas de carros. 

Na Grécia, estes incêndios são os piores desde 2007, quando chamas se alastraram em várias áreas do país, incluindo na península do Peloponeso, e mataram mais de 60 pessoas.

A Suécia também registrou incêndios. Autoridades do país afirmaram que o risco de as chamas se espalhem pelo país atingirá níveis “extremos” esta semana. Segundo o site Bloomberg, a agência Florestal Sueca estima que cerca de 25 mil hectares de florestas foram destruídos pelo fogo, o que representa um prejuízo de mais de US$ 100 milhões.

Calor mata 65 pessoas no Japão

Uma mulher se refresca com um mini ventilador e se protege do sol com um guarda-chuva, em Tóquio, JapãoMARTIN BUREAU/AFP

O Japão também está sofrendo com desastres naturais. Uma onda de calor que atingiu o país já matou 65 pessoas na última semana, de acordo com a agência meteorológica local.  De acordo com o jornal britânico Telegraph, uma das vítimas fatais é um menino de seis anos que passou mal quando voltava de uma viagem ao interior. Mais de 23 mil pessoas estão hospitalizadas.

O porta-voz da agência Motoaki Takekawa alertou que “níveis sem precedentes” de calor tem sido vistos em algumas áreas. Nesta segunda-feira, a cidade de Kumagaya, a cerca de 70 quilômetros de Tóquio, registrou a temperatura de 41,1ºC, a mais alta da história do Japão. Antes o recorde era de 41ºC, registrado em 2013 na cidade de Shimanto.

O Japão tem sofrido com o calor escaldante desde a segunda semana de julho, resultando em dezenas de recordes de altas temperaturas em todo o país. Isso deve continuar, de acordo com a agência meteorológica, até o início de agosto. "Esse calor é uma ameaça à vida. O reconhecemos como um desastre natural", disse uma autoridade da agência, segundo o Kyodo News.

O calor é o resultado de uma área intensa de alta pressão atmosférica que está estagnada na região há dias. Esta onda de calor de longa duração vem na esteira das piores enchentes do Japão em décadas, que mataram mais de 200 pessoas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]