ONG denuncia mais de 300 prisões políticas irregulares na Venezuela

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A Anistia Internacional, ONG que investiga casos de desrespeito a direitos humanos pelo mundo, divulgou um relatório nesta terça-feira (29) no qual denuncia centenas de prisões irregulares por motivação política na Venezuela, afirmando que o país vive uma onda de "ataques sistemáticos contra a população".

"As detenções arbitrárias na Venezuela continuam a ser parte de um ataque sistemático e generalizado contra a população. Isto, principalmente, com o objetivo de silenciar aqueles que discordam do governo de Nicolás Maduro ou com outros fins políticos", diz no documento, que registrou detenções arbitrárias entre 2018 a 2023 no país.

De acordo com a denúncia da ONG, os presos políticos são julgados por tribunais de competência para sentenciar terroristas, o que torna seus crimes ainda mais graves. O relatório também identifica algumas irregularidades nas detenções como a falta de ordens judiciais, sentenças baseadas em "interpretação ambígua" de leis e isolamento carcerário.

Dados levantados pela Anistia Internacional apontam que a Venezuela possui hoje 300 presos por motivação política, incluindo ativistas que atuam no país.

A ONG solicitou ao regime de Maduro a libertação dos cidadãos e enviou um pedido formal ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para incluir o caso na série de investigações contra o governo venezuelano.

Na última semana, o regime de Nicolás Maduro emitiu um comunicado no qual acusa a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) de atuar como "mercenária" dos EUA.

O pronunciamento ocorreu após a instituição pertencente à Organização dos Estados Americanos (OEA) questionar a intervenção do ditador nas diretorias da Cruz Vermelha e do Partido Comunista da Venezuela (PCV).