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Ásia

ONG diz que ajuda ainda não chegou a algumas vítimas do tufão Haiyan

"Quanto mais você entra na zona rural, menos ajuda você encontra e, em algumas áreas, ainda não chegou nada", disse uma coordenadora do Médicos Sem Fronteiras

Helicóptero distribui garrafas de água na cidade de Tolosa, na província de Leyte, nas Filipinas | Reuters/Erik De Castro
Helicóptero distribui garrafas de água na cidade de Tolosa, na província de Leyte, nas Filipinas (Foto: Reuters/Erik De Castro)

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) insistiu nesta quinta-feira (21) que a ajuda humanitária ainda não chegou a centenas de vítimas nas áreas mais remotas das Filipinas, que foram atingidas pelo tufão Haiyan no último dia 8 de novembro.

Em comunicado, a MSF afirmou que muitos sobreviventes na região central do arquipélago estão conseguindo se manter vivos por seus próprios meios devido ao congestionamento dos portos e aeroportos atingidos pelo desastre natural.

"Quanto mais você entra na zona rural, menos ajuda você encontra e, em algumas áreas, ainda não chegou nada. Algumas pessoas estão sendo obrigadas a passar a noite ao relento e sob fortes chuvas", explicou Caroline Séguin, coordenadora da MSF nas Filipinas.

Um exemplo citado pela ONG é a situação de Tanauan, uma cidade de 50 mil habitantes situada a 20 quilômetros de Tacloban, na ilha de Leyte.

"Cerca de 95% de Tanauan foi destruída. Muita gente está vivendo na rua, ao relento; estão mendigando por comida e água, e pedem cobertura", descreveu a MSF no comunicado.

"Enquanto em Tacloban as ruas estão praticamente livres dos escombros, em Tanauan ainda podem ser vistos corpos boiando nos rios e os escombros bloqueiam a maior parte das ruas. É o resultado do muro de água de 12 metros de altura que arrasou tudo", afirmou.

Segundo a organização humanitária, apenas a rua principal está livre de escombros, permitindo a passagem dos veículos que transportam a ajuda humanitária.

Os médicos da MSF estão tratando, na maior parte, casos de ferimentos, fraturas, problemas gastrointestinais e pulmonares, e mantêm o alerta de possíveis epidemias, como febre tifoide, esquistossomose, cólera e leptospirose.

De acordo com Nações Unidas, 7,8 milhões de mulheres e crianças necessitam de ajuda nas Filipinas, onde o balanço provisório de mortos superou a marca dos 4 mil, principalmente nas ilhas de Leyte e Samar.

A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, afirmou que cerca de 3,2 milhões de mulheres e 4,6 milhões de crianças precisam de assistência psicológica e de proteção contra estupro, tráfico humano e exploração.

"Com mais de 500 mil lares completamente destruídos, a necessidade urgente de refúgios e proteção básica para mulheres e crianças continua", declarou Valerie. A subsecretária visitou na última terça-feira a cidade de Tacloban, uma das mais atingidas pelo Haiyan, informou o jornal local "The Star".

O Haiyan, com ventos de até 315 km/h, foi o tufão mais forte registrado e o terceiro desastre mais mortal na história recente das Filipinas.

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