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Violência

ONG pede investigação de massacre em cidade líbia

Corpos abandonados em Sirte, onde o ex-ditador Kadafi foi morto na quinta-feira, tinham as mãos amarradas

Líbios enfrentam o mau cheiro para ver o corpo de Kadafi (no centro, entre os corpos de seu filho e de um aliado), já em estado de decomposição em uma câmara fria na cidade de Misrata | Thaier al-Sudani/Reuters
Líbios enfrentam o mau cheiro para ver o corpo de Kadafi (no centro, entre os corpos de seu filho e de um aliado), já em estado de decomposição em uma câmara fria na cidade de Misrata (Foto: Thaier al-Sudani/Reuters)

Foram encontrados 53 corpos de vítimas de um massacre num hotel abandonado em Sirte, cidade natal do ditador líbio Muamar Kadafi, de onde ele tentava fugir quando foi morto, na quinta-feira passada.

O anúncio foi feito pela organização de defesa dos direitos hu­­manos Human Rights Watch. A ONG estima que os corpos se­­jam de homens leais ao ditador. Al­­guns tinham as mãos amarradas e, pelo estado dos corpos, supõe-se que o massacre tenha ocorrido há uma semana.

Peter Bouckaert, diretor da ONG na Líbia, afirma que os as­­sassinatos "indicam que alguns dos combatentes rebeldes estão fora do controle do Conselho Na­­cional de Transição (CNT)".

Ele disse estar "bastante surpreso em encontrar tamanho mas­­sacre", afirmou. "Cabe ao CNT to­­mar o controle dos grupos ar­­mados e dar o exemplo de que tais massacres serão investigados."

A violência infringida contra inimigos rendidos ou aprisionados durante um conflito armado é considerada crime de guerra pe­­lo Tribunal Penal Interna­­cio­­nal.

Podem ser punidos "inclusive aqueles que dão as ordens e aqueles em posição de comando que [...] falharam em preveni-los", alertou ontem o Human Rights Watch, em comunicado oficial.

Novo governo

Os novos líderes da Líbia iniciaram ontem a difícil tarefa de formar um governo de unidade in­­terino. "Vamos começar a trabalhar na adoção da Consti­­tui­­ção", afirmou Abdel Hafiz Gho­­ga, vice-presidente do CNT.

O CNT prevê a formação de um governo interino em um mês e eleições para uma As­­sembleia Constituinte dentro de oito meses.

Será a primeira eleição li­­vre no país em mais de quatro décadas. Após a Consti­­tuinte, haverá eleição presidencial dentro de um ano.

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