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Entidades jornalísticas internacionais e de defesa da liberdade de imprensa criticaram ontem a decisão da Justiça equatoriana de multar e mandar prender por injúria um jornalista e três diretores do diário El Universo, de Guayaquil.

Para o diretor da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Gonzalo Marroquín, a condenação mostra que o Equador é - à exceção de Cuba - o país que mais desrespeita a liberdade de imprensa na América Latina, à frente até mesmo da Venezuela.

"As atitudes contra a imprensa no Equador são mais agressivas do que as tomadas pelo presidente Hugo Chávez", disse Marroquín. "Essa ação afeta a liberdade de expressão e de imprensa no Equador. Lamentavelmente, isso confirma que o governo do presidente Correa mantém uma atitude intolerante e autoritária contra os meios de comunicação."

A SIP e outros órgãos, como o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) e a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), divulgaram comunicados em protesto à decisão da Justiça equatoriana. A RSF se disse "chocada" com a medida. "Na contramão da tendência geral latino-americana de descriminalizar ofensas publicadas na mídia, a legislação equatoriana permite prender alguém por difamação. Isso é contrário à jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que o Equador é obrigado a seguir", afirmou o grupo.

Para o CPJ, a condenação evidencia o cerco do presidente Rafael Correa à imprensa no Equador. "Essa decisão é um retrocesso para a descriminalização de casos de difamação na região e mostra o preço alto pago para se garantir o direito à livre expressão e à fiscalização do poder público", disse o coordenador para as Américas do grupo, Carlos Lauría.

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