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A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta segunda-feira (26) que "muitos" civis morreram em recentes confrontos no Sri Lanka e que a situação de milhares de pessoas desabrigadas e aprisionadas no norte do país, na zona de conflito, pode tornar-se uma crise humanitária. As tropas do governo empurraram nas últimas semanas os militantes do Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelan (LTTE) para fora da região de fato controlada pelos rebeldes. Com isso, os insurgentes seguiram para uma selva no norte do país, onde vivem centenas de milhares de civis.

Os militares capturaram ontem o bastião de Mullaittivu e travaram nesta segunda duras batalhas com os separatistas, segundo os militares. De acordo com o coordenador da ONU Neil Buhne, com a zona de guerra diminuindo de tamanho e uma grande população de civis na área, a situação tornou-se desesperadora nos últimos dias. "Houve muitos civis mortos nos últimos dois dias", disse. "É realmente uma crise agora.

Buhne afirmou que até recentemente os dois lados se esforçavam para evitar mortes de civis. "Mas no atual estágio, com um nível tão alto de confrontos e tantas pessoas em volta, a menos que haja muita, muita atenção, é quase inevitável." Grupos de direitos humanos demonstraram preocupação com a segurança dos civis no norte do Sri Lanka. Muitos acusam o LTTE de impedir a fuga dos civis da zona de conflito, enquanto o governo afirma que os rebeldes tentam usar os civis como escudos humanos.

Zona de segurança

Na semana passada, o governo declarou, unilateralmente, uma "zona de segurança" em uma pequena seção do território mantido pelos rebeldes e pediu a todos os civis que se mudem para a área onde estariam protegidos. No entanto, houve muitos relatos de fogo de artilharia na região. Buhne afirmou que houve confrontos regulares na "zona de segurança" nos últimos dias. Os militares negam que haja violência nessa área. "Nós não estamos disparando na zona de segurança", disse o porta-voz militar, brigadeiro Udaya Nanayakkara.

O LTTE luta desde 1983 para criar um Estado independente no norte e no leste do Sri Lanka, para a minoria tâmil. Essa etnia sofre há décadas com a marginalização imposta por sucessivos governos controlados pela maioria cingalesa. Mais de 70 mil pessoas já morreram por causa da violência provocada por essa disputa.

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