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Disputa territorial

ONU aprova diálogo sobre as Malvinas

Secretário-geral das Nações Unidas reconhece apoio regional à reivindicação argentina pela soberania das ilhas

Argentinos participam da inauguração de memorial aos mortos na Guerra das Malvinas, em Pilar, na periferia de Buenos Aires | Marcos Brindicci/Reuters
Argentinos participam da inauguração de memorial aos mortos na Guerra das Malvinas, em Pilar, na periferia de Buenos Aires (Foto: Marcos Brindicci/Reuters)
Menina nascida nas Malvinas comemora vitória britânica na guerra |

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Menina nascida nas Malvinas comemora vitória britânica na guerra

O Comitê de Descolonização da Organização das Nações Uni­­das (ONU) aprovou ontem­­ a reclamação argentina para o diálogo com o Reino Unido sobre a soberania das Ilhas Malvinas, em meio às lembranças dos 30 anos da guerra no arquipélago e à visita da presidente Cristina Fernández de Kirchner.

A mandatária, que parti­­cipou da reunião pela primei­­ra vez, afirmou que seu país "está aberto a negociações", pedindo ao Reino Unido que aceite essa proposta sem condicionantes. "Olhe o pouco que estamos pedindo: dialogar. Não estamos pedindo que nos deem razão. Estamos pedindo que sentem para dialogar." "A Argentina está aberta à negociação", completou Cristina, que declarou que fazia essa oferta "sem nenhum tipo de rancor, sem nenhum tipo de ofensa, com a certe­­za e segurança" de que a Ar­­gentina é "um país aberto".

A proposta argentina foi reconhecida pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que reconheceu o forte apoio regional à reivindicação e reiterou a disponibilidade para a mediação do conflito entre Londres e Buenos Aires.

Kirchner apresentou-se acompanhada de vários de seus­­ ministros, assim como representantes dos principais partidos da oposição e veteranos da guerra de 1982, para demonstrar o consenso que existe na Argentina sobre a reivindicação da soberania do arquipélago, ocupado pelo Reino Unido desde 1833.

Kelpers

Frente à inusual mobilização diplomática argentina este ano, os moradores da ilha apresentaram-se com uma de­­legação de oito pessoas, a ma­­ior desde 1996, entre elas seis jovens nascidos depois da guerra que buscam mostrar que as Malvinas querem ter sua voz nas discussões.

Apesar das demonstrações de interesse, o chanceler argentino, Hector Timerman, recusou uma carta dos kelpers, de acordo com um jornalista da agência de notícias France Presse.

A agência informa que Mi­­chael Summers, parlamentar da Assembleia Legislativa das Falklands, se aproximou de Cristina Kirchner para entregar a carta. Vendo que não conseguiria entregar à presidente, o habitante da ilha tentou entregar ao chanceler, que se negou a receber.

Os representantes das Mal­­vinas foram os primeiros a falar, criticando Buenos Aires por insistir em "suas tentativas de negar ao povo das ilhas Malvinas nossos direitos democráticos".

O presidente da Assembleia Legislativa local, Rober Ed­­wards, confirmou a realização de um referendo em 2013 e, de acordo com ele, "96% do eleitorado" das Malvinas, onde vivem 3 mil pessoas, quer manter o status quo e continuar sendo um território ultramarino do Reino Unido.

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