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Argentinos participam da inauguração de memorial aos mortos na Guerra das Malvinas, em Pilar, na periferia de Buenos Aires | Marcos Brindicci/Reuters
Argentinos participam da inauguração de memorial aos mortos na Guerra das Malvinas, em Pilar, na periferia de Buenos Aires| Foto: Marcos Brindicci/Reuters

907 pessoas

morreram na Guerra das Malvinas, há 30 anos. Foram 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 civis.

Reação

Soberania das ilhas não será negociada, diz premiê britânico

Agência Estado

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse ontem que não haverá nenhuma negociação com a Argentina sobre a soberania das Ilhas Falkland (Malvinas). Segundo ele, a Grã-Bretanha aceita "trabalhar junto" à Argentina em questões como a pesca nos arredores do arquipélago do Atlântico Sul e no aumento do comércio entre os dois países, mas a soberania das ilhas não será negociada.

Cameron deu as declarações no mesmo dai em que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fez um discurso na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo que o Reino Unido restitua as ilhas à Argentina. O governo argentino também publicou um anúncio de meia página nos principais jornais de Londres no qual afirma que o controle do Reino Unido sobre as Malvinas representa um "caso colonial anacrônico".

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O Comitê de Descolonização da Organização das Nações Uni­­das (ONU) aprovou ontem­­ a reclamação argentina para o diálogo com o Reino Unido sobre a soberania das Ilhas Malvinas, em meio às lembranças dos 30 anos da guerra no arquipélago e à visita da presidente Cristina Fernández de Kirchner.

A mandatária, que parti­­cipou da reunião pela primei­­ra vez, afirmou que seu país "está aberto a negociações", pedindo ao Reino Unido que aceite essa proposta sem condicionantes. "Olhe o pouco que estamos pedindo: dialogar. Não estamos pedindo que nos deem razão. Estamos pedindo que sentem para dialogar." "A Argentina está aberta à negociação", completou Cristina, que declarou que fazia essa oferta "sem nenhum tipo de rancor, sem nenhum tipo de ofensa, com a certe­­za e segurança" de que a Ar­­gentina é "um país aberto".

A proposta argentina foi reconhecida pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que reconheceu o forte apoio regional à reivindicação e reiterou a disponibilidade para a mediação do conflito entre Londres e Buenos Aires.

Kirchner apresentou-se acompanhada de vários de seus­­ ministros, assim como representantes dos principais partidos da oposição e veteranos da guerra de 1982, para demonstrar o consenso que existe na Argentina sobre a reivindicação da soberania do arquipélago, ocupado pelo Reino Unido desde 1833.

Kelpers

Frente à inusual mobilização diplomática argentina este ano, os moradores da ilha apresentaram-se com uma de­­legação de oito pessoas, a ma­­ior desde 1996, entre elas seis jovens nascidos depois da guerra que buscam mostrar que as Malvinas querem ter sua voz nas discussões.

Apesar das demonstrações de interesse, o chanceler argentino, Hector Timerman, recusou uma carta dos kelpers, de acordo com um jornalista da agência de notícias France Presse.

A agência informa que Mi­­chael Summers, parlamentar da Assembleia Legislativa das Falklands, se aproximou de Cristina Kirchner para entregar a carta. Vendo que não conseguiria entregar à presidente, o habitante da ilha tentou entregar ao chanceler, que se negou a receber.

Os representantes das Mal­­vinas foram os primeiros a falar, criticando Buenos Aires por insistir em "suas tentativas de negar ao povo das ilhas Malvinas nossos direitos democráticos".

O presidente da Assembleia Legislativa local, Rober Ed­­wards, confirmou a realização de um referendo em 2013 e, de acordo com ele, "96% do eleitorado" das Malvinas, onde vivem 3 mil pessoas, quer manter o status quo e continuar sendo um território ultramarino do Reino Unido.

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