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Spielberg ameaça deixar as Olimpíadas de 2008

Washington – O diretor Steven Spielberg poderá abrir mão de seu cargo como assessor artístico dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 a menos que a China adote uma postura mais firme em relação ao Sudão quanto ao conflito em Darfur, informou a rede de tevê norte-americana ABC.

"Nosso principal interesse é pôr fim ao genocídio. Ninguém sabe de maneira clara qual é a melhor maneira de fazer isso", afirmou o porta-voz do cineasta, Andy Spahn, acrescentando que a decisão final do diretor dependerá de um comunicado do governo chinês sobre o Sudão nos próximos dias.

Genebra – O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ontem ao governo do Sudão que combata com urgência os crimes cometidos na região de Darfur e que se assegure de que as milícias não recebam apoio do Exército do país para realizar uma "limpeza étnica" entre a população. "Preocupa-nos muito a impunidade da qual gozam as milícias responsáveis pela limpeza étnica que ocorre em Darfur e pelas graves e sistemáticas violações dos direitos humanos, como assassinatos, estupros, deslocamentos forçados e ataques contra os civis", disse ontem em Genebra o presidente do comitê, Rafael Rivas-Posada.

Darfur é palco de um conflito desde fevereiro de 2003, quando os movimentos de Libertação do Sudão e da Justiça e Igualdade pegaram em armas para protestar contra a pobreza e a marginalização da região. Desde então, a guerra interna deixou mais de 200 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados e refugiados, em uma das piores tragédias humanitárias das últimas décadas, segundo a ONU.

O Comitê de Direitos Humanos, formado por 18 especialistas independentes, redigiu um relatório sobre o cumprimento, por parte do Sudão, do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, a partir de informações fornecidas pelo governo sudanês e por ONGs que atuam no país. No documento, os especialistas falam de "claras violações dos direitos humanos" e lamentam que as autoridades não tenham investigado as denúncias, principalmente no caso de Darfur.

Entre as recomendações ao governo do Sudão, Rivas-Posada destacou a necessidade de que "se assegure que as milícias que cometem uma limpeza étnica não recebam apoio algum, nem financeiro nem material". Questionado sobre se esta é a primeira vez que um organismo da ONU qualifica de "limpeza étnica" o que ocorre em Darfur, o presidente do comitê disse que "estranharia muito". "Toda a informação que nos foi fornecida sobre o assunto é muito clara, e a imprensa e a comunicação internacional já falaram disso", acrescentou.

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