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Haia (AE/AP) – Os legistas responsáveis pela autópsia no corpo do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic não encontraram nenhum indício de envenenamento no sangue dele, informou ontem o presidente do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, Fausto Pocar.

"Essa conclusão é escandalosa", reagiu em Belgrado Milorad Vucelic, porta-voz do Partido Socialista Sérvio (PSS), fundado por Milosevic, ao anunciar pela tevê sérvia que a viúva Mirjana Markovic não assistirá ao sepultamento do marido na tarde deste sábado em Pozarevac, cidade natal do ex-ditador iugoslavo. Ela permanece em Moscou e alega falta de segurança. Para Mirjana, o marido foi assassinado porque provava a "incompetência" do tribunal de Haia por não conseguir julgá-lo.

Tanto a cúpula do PSS quanto a família responsabilizam o TPII pela morte de Milosevic, sábado passado numa prisão de segurança máxima de Haia, onde ele era julgado pela morte de pelo menos 200 mil pessoas nos conflitos da Bósnia, Croácia e Kosovo na década de 90.

"O presidente Milosevic estava recebendo drogas incompatíveis com a hipertensão e seus problemas cardíacos", acrescentou o dirigente do PSS, referindo-se ao antibiótico Rifampicina, usado em portadores de hanseníase e tuberculose, que anula os efeitos do tratamento da pressão alta.

Ontem, um porta-voz do TPII confirmou que resíduos de Rifampicina foram detectados no sangue de Milosevic, mas em exames efetuados em janeiro. Um toxicologista holandês, Donald Uges, disse na semana passada que o ex-ditador iugoslavo havia ingerido deliberadamente o antibiótico.

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