
O Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou o descongelamento de US$ 1,5 bilhão (R$ 2,4 bilhões) de bens da Líbia para a reconstrução do país. A quantia, retida nos Estados Unidos, foi liberada depois que as delegações de Washington e a África do Sul, único país a discordar, adicionaram emendas ao texto norte-americano. Não houve votação.
Fontes diplomáticas revelaram que o Brasil ajudou a convencer o governo sul-africano da necessidade de aprovar a liberação do dinheiro.
Com as mudanças, o destino dos recursos será definido pelas "autoridades líbias pertinentes" e não mais pelo Conselho Nacional de Transição (CNT). Eles deverão ser usados apenas para fins humanitários e de reconstrução.
A Itália decidiu ontem descongelar unilateralmente US$ 505 milhões (cerca de R$ 810 milhões) em bens líbios. Um terço do petróleo que abastece a Itália vem da Líbia. A maior empresa estrangeira do ramo no país também é italiana, o grupo Eni.
A oposição do país disse que precisa de US$ 5 bilhões (R$ 8,3 bilhões).
Reconhecimento
A Liga Árabe reconheceu ontem o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político dos rebeldes, como autoridade legítima do país. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da organização com sede no Cairo, Nabil Elaraby.
Com isso, a liga dará um assento permanente ao órgão rebelde na organização, como representante do governo da Líbia. "Nós concordamos que é hora de a Líbia reaver seu assento e lugar legítimo na Liga Árabe. O CNT será o representante legítimo do estado líbio", disse Elaraby.
O representante do CNT na Liga, Abdelmoneim el-Houni, declarou que a Líbia iria retomar sua condição de membro num encontro de ministros árabes no sábado.
Transferência
Os rebeldes líbios anunciaram a transferência do seu Comitê Executivo, o equivalente ao governo do movimento, de Benghazi para Trípoli. "Declaro o início do trabalho do Comitê Executivo em Trípoli", disse o vice-presidente do CNT, Ali Tahuni.
"Longa vida a uma Líbia democrática e constitucional e glória aos mártires." Tahuni, ministro do Petróleo e Economia do governo interino, disse que o líder do CNT, Mustafah Abdeljalil, chegará a Trípoli o mais rápido possível, assim que a situação de segurança permitir.
O CNT foi constituído no início de março em Benghazi, depois da revolta em meados de fevereiro contra o regime do coronel Muamar Kadafi nessa cidade do leste líbio.



