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As nações europeias e o Egito enviaram nesta quarta voos de emergência para locais perto das fronteiras da Líbia. Dezenas de milhares de trabalhadores estrangeiros famintos e ansiosos tentam entrar na Tunísia e escapar do caos e da violência que tomaram conta da Líbia, em meio à insurgência contra o governante Muamar Kadafi.

O Programa Mundial de Alimentação (WFP, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) lançou uma operação emergencial de US$ 38,7 milhões para levar alimentos às pessoas na Tunísia, Líbia e Egito nos próximos três meses. Governos da Espanha e da Grã-Bretanha anunciaram o envio de aviões para repatriar refugiados ou levar alimentos.

O primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodríguez Zapatero, em visita a Túnis, anunciou hoje que o país enviará imediatamente 30 toneladas de alimentos e outros suprimentos de emergência à fronteira líbio-tunisina. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, anunciou que o Reino Unido começou uma ponte aérea entre a ilha tunisina de Djerba e o Cairo, que ajudará a retirar 8 mil imigrantes egípcios, que fugiram do oeste da Líbia para a Tunísia. "Essas pessoas não podem ser mantidas em campos provisórios", disse Cameron.

A junta militar que governa o Egito informou hoje que enviou dois navios à Tunísia, para trazer de volta ao país trabalhadores egípcios que fugiram da Líbia. Um navio egípcio já ancorou na costa tunisina com essa finalidade. O Embaixador egípcio Mohamed Abdel-Hakam disse que 103 mil egípcios já escaparam da Líbia, desde que começou a revolta contra Kadafi em 15 de fevereiro. Outros 20 mil estrangeiros fugiram da Líbia para o Egito.

Milhares dos cidadãos estrangeiros que tentam entrar na Tunísia, ou estão em campos de refugiados montados às pressas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), são de países que não possuem recursos parar retirá-los da região, como Bangladesh, Vietnã e Nigéria.

Em sua página na internet, o WFP anunciou a partir de Roma que os US$ 38,7 milhões servirão para alimentar 2,7 milhões de pessoas na Tunísia, Líbia e Egito. A entidade informou que já distribui barras de biscoitos energéticos a refugiados nos campos montados na Tunísia. O WFP também informou que navios transportando farinha de trigo foram redirecionados para o sul da Tunísia e para o porto líbio de Benghazi, sob controle dos insurgentes. A Líbia importa cerca de 90% dos alimentos que consome.

"Ao visitar a fronteira tunisina com a Líbia, eu percebi que, a menos que o mundo tome uma ação urgente, nós poderemos sofrer uma tragédia humanitária histórica", disse a diretora-executiva do WFP, Josette Sheeran. Ela esteve ontem no local. As informações são da Associated Press.

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