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Supermercado Rami Levy em assentamento israelense em Mishor Adumin, na Cisjordânia ocupada. A rede é uma de 112 empresas descritas pela ONU como “vergonhosas” por fazerem negócio em assentamentos israelenses
Supermercado Rami Levy em assentamento israelense em Mishor Adumin, na Cisjordânia ocupada. A rede é uma de 112 empresas descritas pela ONU como “vergonhosas” por fazerem negócio em assentamentos israelenses| Foto: AHMAD GHARABLI / AFP

Os totalitários depravados, bárbaros nefastos, gângsteres, patifes odiosos e a escória preconceituosa que comandam a Organização das Nações Unidas (ONU) criaram recentemente um "banco de dados" para ajudar os antissemitas de todo o mundo a atacar negócios judaicos nos territórios disputados da Judeia e Samaria - empresas que oferecem oportunidades econômicas aos palestinos que pagam melhor do que a maioria dos outros empregos na Cisjordânia.

Em nenhuma outra disputa internacional - e há centenas delas - a ONU tem como alvo instituições ou civis pacíficos. Certamente, em nenhum lugar eles trabalham para destruir os negócios de não-combatentes com base em sua etnia ou religião. As 112 empresas da lista da ONU são administradas e operadas, sem dúvida, por pessoas com pontos de vista diversos, pelo menos algumas das quais provavelmente apoiam a criação de um Estado palestino. Todos elas criam empregos, produtos e serviços que promovem a cooperação.

Nada disso importa para a ONU. A campanha "Boicote, Desinvestimento e Sanções" (BDS), agora apoiada pela ONU, é uma iniciativa internacional comprometida com a eliminação do Estado judeu, reunindo ditadores, teocratas, organizações terroristas, comunistas, a "comunidade internacional" e pelo menos uma dos principais apoiadores do candidato presidencial Bernie Sanders. O movimento tem como alvo judeus sob o disfarce de anti-sionismo, que continua sendo a justificativa predominante para violência, assassinato e ódio contra judeus na Europa e no Oriente Médio.

A ONU, é claro, tem estado na dianteira dessa iniciativa, desde a infame Resolução 3379 de 1975, que declarou que o sionismo era uma "forma de racismo e discriminação racial", até a criação em 2006 do Conselho de Direitos Humanos (os membros atuais incluem exemplos brilhantes de tolerância como Afeganistão, Angola, Catar, Somália e Bangladesh).

Mesmo aqueles com críticas de boa-fé às ações de Israel na Cisjordânia provavelmente admitiriam que a ONU devotou ao Estado judeu uma quantidade muito curiosa de atenção e opróbrio.

Desde sua infeliz criação, o Conselho de Direitos Humanos condenou Israel tantas vezes quanto todos os outros países do mundo juntos. Segundo o Washington Post, o histórico de direitos humanos de Israel é discutido literalmente em todas as reuniões do Conselho de Direitos Humanos.

Em 2018, enquanto o regime de Bashar al-Assad usava gás contra suas próprias mulheres e crianças e milhares de civis estavam morrendo em uma cruel guerra civil, o Conselho de Direitos Humanos aprovou apenas duas condenações dirigidas ao regime sírio, mas cinco dirigidas ao Estado judeu. Aliás, Israel estava prestando ajuda aos refugiados desse conflito na época.

Os únicos outros países a receber pelo menos uma condenação em 2018 foram Sudão do Sul, Mianmar, Irã e o estado escravo da Coreia do Norte. A ONU já redigiu tantas resoluções anti-Israel que notei que as pessoas desistiram de inseri-las na Wikipedia.

Nenhum outro país que supervisiona uma população minoritária - populações que costumam ter casos muito mais fortes para a defesa de sua autonomia - recebe sequer o mínimo da atenção do mundo. Nem mesmo os chineses comunistas, que prenderam mais de um milhão de uigures e outras minorias muçulmanas em campos de internação para "reeducação", chamam a atenção de supostos defensores dos direitos humanos na ONU.

Tampouco a Autoridade Palestina, que recentemente prendeu o único palestino corajoso o suficiente para participar da conferência internacional de busca pela paz do governo Trump no Bahrein (ele tem sorte de o desfecho não ter sido mais macabro), que patrocina o terrorismo anti-Israel com uma "Bolsa Mártir" e que nem se importa em realizar eleições. Em vez disso, ela recebe grandes cheques da comunidade internacional - muitas vezes cobertos pelos Estados Unidos - para sustentar seu regime corrupto.

O que realmente incomoda a ONU, no entanto, são os esforços israelenses de cooperação econômica. O vice-diretor executivo de advocacia da ONU, Bruno Stagno Ugarte, diz: "O tão esperado lançamento do banco de dados da ONU de negócios em assentamentos deve alertar todas as empresas: fazer negócios com assentamentos ilegais é ajudar na prática de crimes de guerra".

Crimes de guerra? Contratar palestinos talentosos para trabalhos de engenharia de software em startups de tecnologia ajuda a prática de crimes de guerra? Permitir que palestinos vejam judeus como colegas de trabalho e não como o inimigo ajuda a prática de crimes de guerra? Oferecer trabalho aos palestinos em vez de mantê-los em um estado perpétuo de agravo e raiva, assim como os líderes autoritários que rejeitam qualquer plano de paz no conforto de suas mansões, é ajudar na prática de crimes de guerra? Permitir que eles trabalhem em empresas internacionais como Airbnb, Booking.com, Expedia e Motorola é ajudar na prática de crimes de guerra?

É uma tragédia que aqueles que trabalham para as Nações Unidas, como Stago, prefiram que os palestinos continuem sendo vítimas perpetuamente em vez de terem que ver um único judeu na Cisjordânia.

Mas isso não surpreende.

*David Harsanyi escreve para a National Review e é autor de "First Freedom: A Ride through America's Enduring History with the Gun"

©2020 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês

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