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Combatente sírio coloca a arma em meio a um narguilé | Reuters/Mahmoud Hassano
Combatente sírio coloca a arma em meio a um narguilé| Foto: Reuters/Mahmoud Hassano

A alta comissária de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Navi Pillay, pediu hoje que as potências mundiais não forneçam armas à Síria, onde rebeldes e o regime do ditador Bashar al-Assad combatem há mais de dois anos.

A declaração vem dois dias depois de a União Europeia acabar com o embargo ao envio de armas ao país, permitindo que França e Reino Unido armem os rebeldes sírios. Em represália, a Rússia disse que manterá o programa de envio de mísseis de longo alcance a Damasco.

Hoje lideranças da oposição síria pediram o envio imediato do armamento para os combates contra Assad. Para Pillay, as potências internacionais devem pressionar os dois lados do conflito a buscar soluções pacíficas para evitar novos massacres e ameaças à estabilidade regional.

"Se a situação atual persistir, ou se deteriorar ainda mais, o aumento da massacres intercomunais são uma certeza, ao invés de um risco. A mensagem de todos nós deve ser a mesma: não vamos apoiar este conflito com armas, munições, política ou religião", disse ela ao fórum de 47 membros, em Genebra.

O discurso foi feito horas antes de a Comissão de Direitos Humanos votar um projeto de resolução pedindo a retirada das tropas do regime sírio da cidade de Qusair, cercada por aliados de Assad há nove dias. A região também é ocupada por milicianos do grupo radical libanês Hizbullah, aliado de Damasco.

O ataque à cidade provocou a morte de centenas de pessoas e a saída de mais de 25 mil. O cerco formado pelas tropas ainda deixou os moradores que ficaram sem água, alimentos, eletricidade, medicamentos e atendimento médico.

"As forças do governo e suas milícias filiadas realizaram atos de castigo coletivo contra a população civil que acredita-se que simpatize com a oposição", indicou Pillay, embora tenha dito que o desprezo pelos direitos humanos também é causado pelos rebeldes.

Rússia

A resolução foi proposta pelos Estados Unidos, Qatar e Turquia e duramente criticada pela Rússia, uma das principais aliadas do regime sírio. O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que o texto era odioso e não ajuda as negociações de paz.

Ele disse ter transmitido sua insatisfação ao secretário de Estado americano, John Kerry, com quem se reúne para propor uma conferência internacional sobre a crise síria, em junho. Já o embaixador sírio na ONU, Faisal Khabbaz Hamoui, condenou a resolução, chamando-a de "tendenciosa e politicamente motivada".

Assim como em outras ocasiões, o representante de Assad acusou Qatar e Turquia de serem "grandes envolvidos no derramamento de sangue na Síria", ajudando a "recrutar extremistas islâmicos" de 40 países para os combates.

Segundo a ONU, mais de 80 mil pessoas morreram na Síria desde o início do conflito, em março de 2011. Outros 1,5 milhão buscaram refúgio em países vizinhos e mais de 5 milhões se deslocaram internamente, em busca de áreas mais seguras.

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