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Guerra Civil

ONU pede fim dos massacres na Costa do Marfim

Forças de presidente eleito, e reconhecido internacionalmente, são suspeitas de terem matado 800 civis

Civis erguem os braços sob ameaça de soldado do ditador Gbagbo, que perdeu as eleições mas se recusa a deixar o cargo | Luc Gnago/Reuters
Civis erguem os braços sob ameaça de soldado do ditador Gbagbo, que perdeu as eleições mas se recusa a deixar o cargo (Foto: Luc Gnago/Reuters)
Saiba onde fica a Costa do Marfim |

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Saiba onde fica a Costa do Marfim

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu ontem que o presidente da Costa do Marfim reconhecido in­­ternacionalmente, Alassane Ouat­­tara, tome medidas contra seus se­­guidores, suspeitos de participarem do massacre de cerca de 800 pessoas na cidade de Duékoué.

Ouattara negou a Ban Ki-mo­­on, numa conversa por telefone na noite de sábado, que seus se­­guidores estivessem envolvidos nos eventos em Duékoué, de acordo Martin Nesirky, porta-voz da ONU. "O secretário-geral disse que os culpados devem ser responsabilizados", afirmou o porta-voz.

As forças do presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouat­­tara, contaram 152 corpos na ci­­dade de Duékoué, no oeste do país, onde instituições internacionais afirmaram haver centenas de mortos.

Um ministro no governo de Ouattara acusou os soldados da ONU de não protegerem os civis contra os combatentes entrinchei­­rados que apoiam o ex-presidente do país Laurent Gbagbo.

A Cruz Vermelha Internacional e a ONU afirmaram que cerca de 800 pessoas foram mortas numa operação realizada por forças pró-Ouattara em Duékoué na última terça-feira, enquanto tomavam o controle do território que estava nas mãos de Gbagbo.

A ONU acusou caçadores tradicionais que lutam numa força de apoio a Ouattara de executarem "extrajudicialmente" mais de 330 pessoas na semana passada em Duékoué.

Guillaume Ngeta, chefe conjunto dos direitos humanos da missão da ONU no país, também culpou combatentes leais a Gbag­­bo pelo assassinato de cerca de 100 civis em Duékoué

A ONU já havia alertado Gbag­­bo e seu exército so­­bre uma investigação pelo Tribu­­nal Criminal Internacional sobre ataques contra civis desde a realização da eleição em novembro no país.

As Nações Unidas têm cerca de 11 mil soldados na Costa do Mar­­fim e Ban Ki-moon tem jogado muito peso político para forçar Gbagbo a demitir-se. O presidente perdeu a eleição há quatro meses, mas não aceita deixar o cargo.

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