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Fidel Castro dirigiu campanha

Nova Iorque – O líder cubano Fidel Castro dirigiu, mesmo depois de adoecer em Havana, a campanha para obter nas Nações Unidas (ONU) a condenação mundial, quase unânime, do bloqueio norte-americano a Cuba e acompanhou ontem a votação ao vivo pela televisão, disse o chanceler Felipe Pérez Roque.

Fidel Castro "acompanhou ao vivo pela televisão o debate e teve um importante papel prévio na orientação da nossa batalha, traçando as linhas principais do nosso discurso", assinalou Pérez Roque à AFP. "Fidel é o artífice principal desta vitória, porque encarna como ninguém a vontade dos cubanos de ser um povo livre, apesar dos bloqueios e agressões que vimos sofrendo", ressaltou o chanceler.

Nações Unidas – A Assembléia-Geral das Nações Unidas aprovou ontem uma resolução que pede o fim do embargo econômico e comercial imposto a Cuba há 45 anos pelos Estados Unidos. Foram registrados 184 votos a favor, 4 contra (EUA, Israel, Palau e Ilhas Marshall), uma abstenção (Micronésia) e 3 ausências.

Esta foi a 16.ª vez consecutiva que Cuba apresentou à Assembléia-Geral uma resolução pedindo sua suspensão das medidas unilaterais dos EUA. Em relação ao texto do ano passado, a resolução apresentada ontem no plenário da ONU pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, recebeu um voto a mais a favor: o da Costa do Marfim, que tinha decidido se abster em 2006.

A nova reprovação da comunidade internacional ao embargo americano imposto à ilha caribenha ocorre num momento em que aumentam os ataques verbais entre Havana e Washington. Em seu discurso na Assembléia- Geral, Pérez Roque assegurou que "o bloqueio é hoje o principal obstáculo ao desenvolvimento e ao bem-estar dos cubanos, e uma violação, sistemática e em massa dos direitos do povo".

Segundo o chanceler, "cálculos conservadores" estimam que as sanções impostas em 1962 já custam US$ 222 bilhões (mais de R$ 400 bilhões) à economia cubana. "Qualquer um pode compreender o nível de desenvolvimento econômico e social que Cuba teria alcançado se não estivesse submetida a essa guerra econômica implacável e obsessiva", disse.

Pérez Roque afirmou às delegações que os EUA "adotaram novas medidas, semelhantes na loucura e no fanatismo, que endureceram ainda mais as sanções e a perseguição extraterritorial de nossas relações com os países que representam". Ele citou também "exemplos" dos efeitos do embargo nos intercâmbios culturais, nas relações econômicas e na aquisição de produtos médicos.

Pérez Roque mencionou casos de companhias de 30 países que tiveram que abandonar suas relações comerciais com Havana porque empregam componentes americanos ou pela ameaça de multas aplicadas a suas subsidiárias nesse país.

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