A ONU faz planos para uma possível força de paz na Síria, em caso de um cessar-fogo durável no terreno, anunciou nesta segunda-feira (22) o chefe das operações de manutenção de paz das Nações Unidas, Hervé Ladsous.
"Confirmo que nós temos pensado no que acontecerá se um cessar-fogo e uma solução política surgirem, no que podemos fazer para contribuir para a segurança e a proteção dos civis", declarou em uma coletiva de imprensa que coincidiu com a visita a Damasco do mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi.
"Nós estamos nos preparando para agir se for necessário e se um mandato for aprovado" pelo Conselho de Segurança para o envio de tal força, acrescentou.
Mas para o Conselho aprovar uma iniciativa como essa, teria que superar suas divisões. Entre os 15 membros da organização, Rússia e China protegem sua aliada síria de qualquer pressão utilizando seu poder de veto. Ladsous ressaltou que é "prematuro citar um número" de integrantes desta eventual força e que isso dependeria de sua missão precisa.
Ahmad Ramadan, chefe de comunicação do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal instância da oposição, indicou recentemente que Brahimi planejava solicitar o envio de uma força de manutenção de paz para a Síria, o que foi negado pelo mediador.
O mediador da ONU e da Liga Árabe, que se reuniu em Damasco com o presidente Bashar al-Assad, fez um apelo para que as duas partes em conflito na Síria proclamem um cessar-fogo por ocasião da festa muçulmana do Eid Al-Adha, que tem início na sexta-feira.
O Eid al-Adha, a festa do sacrifício, é um dos feriados mais sagrados dos muçulmanos. A violência na Síria causou mais de 34 mil mortes em 19 meses, de acordo com uma ONG síria.
Uma missão de 300 observadores militares da ONU foi estabelecida na Síria por três meses, antes de ser retirada devido ao aumento dos conflitos entre o governo e a oposição armada. "Neste momento nos concentramos nos esforços de Lakhdar Brahimi para obter um cessar-fogo, temporário ou mais durável", explicou Ladsous.
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