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Pelo menos 10 milhões de mortes causadas pela Aids podem ser evitadas até 2025, e milhões de novas contaminações pelo HIV podem ser prevenidas anualmente, caso os países reavaliem a forma como pretendem alcançar as metas de tratamento da doença, disse na terça-feira o programa da ONU para a Aids (Unaids).

O relatório Unaids Outlook defende uma abordagem mais simples no combate ao HIV, vírus causador da Aids, mas que seja capaz de reduzir drasticamente o impacto da epidemia.

Líderes mundiais definiram que 2010 seria o prazo para o acesso universal ao tratamento contra o HIV. A maioria dos ativistas considera que a meta não será cumprida, mas organizações mundiais de saúde estão usando a data como pretexto para discutir novas ideias sobre como combater a epidemia num momento de restrição orçamentária.

"Para que os países alcancem suas metas e compromissos de acesso universal, devemos reformular a resposta à Aids", disse a jornalistas Michel Sidibe, diretor do Unaids. "Por meio da inovação podemos derrubar os custos, para que os investimentos cheguem a mais pessoas."

A proposta do Unaids se chama "Tratamento 2.0", e consiste na combinação de esforços para desenvolver mais drogas mais baratas; no uso do tratamento para melhorar a prevenção; na melhora do atendimento médico e dos exames aos pacientes; e num maior envolvimento de agentes comunitários para participarem do tratamento dos doentes, reduzindo a necessidade de médicos altamente qualificados e de laboratórios custosos.

O Unaids estimava no final de 2008 que havia 33,4 milhões de portadores de HIV no mundo. Naquele ano houve quase 2,7 milhões de novas contaminações, sendo 71% na África Subsaariana, e 2 milhões de mortes pela Aids.

Na semana que vem, 25 mil cientistas, profissionais da saúde, ativistas e autoridades governamentais discutirão em Viena os avanços na luta contra a doença.

Ativistas dizem que o progresso está ameaçado pelos cortes de verbas destinadas ao combate à Aids, um reflexo da crise econômica global. O Unaids argumenta que as suas ideias contrabalançariam esse problema, por reduzir os gastos associados à prevenção e ao tratamento.

Um estudo matemático realizado pelo Unaids sugeriu que, em comparação às atuais estratégias, o Tratamento 2.0 poderia evitar 10 milhões de mortes pela Aids até 2025, reduzindo o número de novas contaminações em até 1 milhão por ano, caso os países ofereçam medicamentos contra a Aids a todos os pacientes que precisarem.

"Não só o Tratamento 2.0 salva vidas como tem potencial para nos dar um dividendo significativo de prevenção", disse Sidibe.

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