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Soldados libaneses avançaram nesta sexta-feira para o sul do Líbano, um dia após a França ter enfraquecido seus planos de integrar uma força da Organização das Nações Unidas (ONU) que ajudará a manter o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah na região.

A ONU afirmou ter recebido um grande número de ofertas de contribuição de tropas, mas ficou decepcionada com a França, que propôs enviar apenas 200 soldados.

- Esperávamos, e isso não é segredo, uma contribuição maior francesa - disse Mark Malloch Brown, vice-secretário-geral da ONU, após um encontro em Nova York com mais de 40 países que podem enviar soldados para a força. - Outros se dispuseram a participar e estamos convencidos de que temos aqui os elementos para criar uma força forte.

A França está reticente após participações desastrosas nas últimas três décadas em forças de manutenção de paz. O país perdeu 58 militares num ataque a bomba em Beirute em 1983 e cerca de 84 soldados durante uma missão na Bósnia no início dos anos 1990.

- Você não pode mandar homens dizendo a eles: "vocês podem observar o que está acontecendo, mas não têm o direito de se defender nem de atirar" - disse a ministra da Defesa francesa, Michele Alliot-Marie.

- Gostaria de lembrá-los da experiência dolorosa de operações em que as forças da ONU não tinham uma missão suficientemente precisa ou meios de reagir - acrescentou ela, falando à rádio RTL.

A ONU, que aprovou um mandato para o envio de 13 mil soldados adicionais aos 2 mil já existentes da Unifil no sul do Líbano, espera enviar em duas semanas um primeiro contingente de 3.500 soldados, apesar de a França ter se negado a oferecer um grande número de tropas.

Outros potenciais contribuintes para a força -- Espanha, Bélgica e Turquia -- estão estudando as regras para incluir seus soldados na força de manutenção de paz. A Itália já aceitou formalmente tomar parte no contigente.

Na quinta-feira, o Exército do Líbano começou a se posicionar ao sul do Rio Litani (a cerca de 20 Km da fronteira de Israel) para assumir uma região sobre a qual não exerce controle total há décadas.

Uma alta fonte de segurança disse que cerca de 4.500 soldados libaneses já estavam ao sul do Rio Litani e que mais unidades se juntariam a eles na sexta-feira, até que o contingente suba a cerca de 15 mil homens.

Fontes de segurança disseram que soldados libaneses em quatro veículos blindados e dois jipes se dirigiram ao vilarejo de Shebaa, perto das chamadas Fazendas de Shebaa, local que o Líbano afirma pertencer ao seu território, mas ocupado por Israel desde que o país conquistou, da Síria, as Colinas do Golã, na guerra de 1967. A ONU afirma que esse território pertence à Síria.

Nos últimos seis anos, o Hezbollah atacou com freqüência os soldados israelenses na região, afirmando que a presença de Israel ali significava que a retirada militar israelense em 2000, após 22 anos de ocupação, havia sido incompleta.

Os combatentes do Hezbollah se dispersaram com a chegada do Exército libanês, mas não abandonaram o sul do país nem entregaram os lançadores de foguetes utilizados na guerra contra Israel.

Pelo menos 1.181 libaneses e 157 israelenses morreram no conflito, iniciado após o Hezbollah ter capturado dois soldados israelenses numa ação na fronteira em 12 de julho.

Os danos causados pelo conflito passam dos US$ 3 bilhões no Líbano. O Hezbollah já está trabalhando, ao seu modo, na reconstrução, o que os Estados Unidos gostariam de impedir .

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