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Apesar de ameaça terrorista, belgas foram às ruas em Bruxelas para acompanhar o jogo de sua seleção pela Euro-2016. | Luc  Claessen/AFP
Apesar de ameaça terrorista, belgas foram às ruas em Bruxelas para acompanhar o jogo de sua seleção pela Euro-2016.| Foto: Luc Claessen/AFP

Três homens foram indiciados neste sábado por “tentativa de assassinato em um contexto terrorista” após uma grande operação antiterrorista realizada entre sexta-feira à noite e a madrugada deste sábado na Bélgica, em meio às ameaças durante a partida entre Bélgica e Irlanda pela Euro-2016. Samir C., Moustapha B. e Jawad B., que faziam parte das cerca de 40 pessoas detidas durante as operações, foram indiciados por “participação em atividades de um grupo terrorista” e colocados em detenção provisória, anunciou a procuradoria federal belga em um breve comunicado. Nove outras pessoas detidas foram liberadas após serem interrogadas, informou a procuradoria. “Os elementos arrecadados na instrução requeriam uma intervenção imediata”, havia informado no início da manhã um comunicado da procuradoria, que centraliza as investigações antiterroristas, sem dar maiores detalhes.

Segundo o canal de tevê privado VTM, a ameaça tinha relação com a partida da Eurocopa que a seleção de futebol belga disputou neste sábado contra a Irlanda em Bordeaux, França, às 10 horas (horário de Brasília). Os belgas parecem não ter levado em consideração os possíveis riscos e se reuniram em massa em frente aos telões gigantes e festejaram a vitória de sua seleção por 3 a zero.

Segundo do MP, foram detidas 40 pessoas para interrogatório. As revistas ocorreram sem incidentes em treze municípios da Valônia, no sul do país, e em três cidades de Flandes, região no norte da Bélgica. Foram revistados 152 imóveis, mas não foram achados explosivos ou armas. Na aglomeração de Bruxelas, os investigadores atuaram em Molenbeek, Schaerbeek e Forest, três bairros onde moravam os autores dos atentados de Paris, em novembro de 2015 (que deixaram 130 mortos) e Bruxelas, em 22 de março (com 32 mortos). Em Flandres, a operação ocorreu em Zaventem, onde está o aeroporto de Bruxelas, alvo de dois homens-bomba em março. “Não podemos dar mais informações sobre os objetos apreendidos nem a identidade dos detidos”, afirmou o MP.

Estado Islâmico

Na quarta-feira passada, a imprensa belga revelou que os serviços de polícia receberam informações segundo as quais combatentes do grupo Estado Islâmico (EI) deixaram a Síria para realizar atentados na Europa. “Essas pessoas se separariam em dois grupos, um para a Bélgica e outro para a França, a fim de realizar atentados. Segundo essas informações, elas disporiam de armamento necessário e sua ação seria iminente”, indicou uma circular policial publicada pelo jornal belga La Dernière Heure.

No entanto, o organismo de coordenação de análise da ameaça terrorista (Ocam) relativizou o conteúdo da circular. “Essas informações não contextualizadas não têm, como tais, nenhum impacto direto em nível da atual ameaça”, explicou o Ocam. Na quarta-feira, o nível de alerta era de 3, o que significa uma “ameaça possível e verossímil”, em uma escala de 4.

A proteção de personalidades belgas foi reforçada, indicou à AFP uma fonte ligada às autoridades. O primeiro-ministro Charles Michel; o chefe da diplomacia Didier Reynder; e os ministros do Interior, Jan Jambon, e da Justiça, Koen Geens, figuram entre as pessoas que tiveram sua segurança reforçada, segundo a televisão pública RTBF.

Na quinta, a polícia belga prendeu um homem de 31 anos por seu suposto envolvimento nos atentados de março no aeroporto e metrô de Bruxelas. Os atentados de 22 de março deixaram 32 mortos (16 no aeroporto e 16 na estação de metrô de Maelbeek) e mais de 300 feridos. Yousef A.E., preso e acusado na sexta-feira de “terrorismo” em conexão com a investigação dos atentados em Bruxelas, trabalhou no aeroporto de Zaventem para uma companhia de catering aéreo e tinha acesso direto aos aviões, segundo informou a imprensa belga neste sábado. Ele está ligado a dois outros suspeitos envolvidos nos ataques de 22 de março: Khalid El Bakraoui, o homem-bomba do metrô; e Ali El Haddad Asufi, que teria alugado o apartamento utilizado para preparar o ataque na estação de Maelbeek, de acordo com o jornal Het Nieuwsblad e os meios do grupo Sudpresse.

Os investigadores apreenderam o computador de Youssef A.E e descobriram mensagens em um pendrive de Khalid El Bakraoui mencionando voos para os Estados Unidos, Rússia e Israel, de acordo com estes meios. O computador também continha uma mensagem que data de outubro de 2015, anunciando que “um dos nossos irmãos vai agir em 22 de março de 2016”.

França

A França está em estado de alerta desde os ataques do Estado Islâmico em Paris em novembro, que deixaram 130 mortos, e pela ameaça da facção de conduzir novos ataques durante a Eurocopa. Na segunda-feira, dia 13, um policial e sua mulher foram assassinados na região metropolitana de Paris por Larossi Abballa, 25 anos, que afirmava pertencer à facção Estado Islâmico. Em vídeo postado no Facebook, Abballa diz: “Vamos converter a Eurocopa em um cemitério”.

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