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Pelo menos nove pessoas foram mortas na maior favela do Haiti nesta sexta-feira, durante uma operação comandada por militares brasileiros contra gangues armadas, que seriam responsáveis por uma crescente onda de crimes e seqüestros na capital, Porto Príncipe. O Brasil lidera as forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no país.

O episódio de violência, um dos piores no país caribenho em mais de um ano, aconteceu horas depois de o enviado da ONU no Haiti, Edmond Mulet, afirmar que o governo deu luz verde para uma ofensiva em áreas controladas por gangues.

Cerca de 400 soldados da ONU em veículos blindados, apoiados por policiais haitianos, invadiram o distrito de Bwa Nef na favela de Cité Soleil, numa medida contra uma gangue fortemente armada comandada por um jovem chamado Belony.

Um fotógrafo da Reuters contou nove cadáveres após os confrontos e testemunhas disseram que outras quatro pessoas morreram.

Cerca de 30 pessoas ficaram feridas, segundo integrantes de grupos de ajuda humanitária. Acredita-se que todas as vítimas sejam civis.

- Os estrangeiros chegaram atirando por horas sem interrupção e mataram dez pessoas - disse Johnny Claircidor, morador de Bwa Nef. - Então os membros da gangue de Belony começaram a trocar tiros com eles. Eu pessoalmente contei dez corpos.

A porta-voz da missão de paz da ONU no Haiti, Sophie De la Combe, recusou-se a divulgar um número de mortos.

- Ninguém foi morto ou ferido do nosso lado, mas é difícil para nós sabermos quantos bandidos podem ter sido mortos ou feridos - disse.

Uma moradora da favela, Rose Martel, criticou a operação liderada por militares brasileiros:

- Eles vieram aqui para aterrorizar a população. Não acho que eles tenham realmente matado os bandidos, a não ser que considerem todos nós bandidos.

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