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Sessenta e sete pessoas foram presas por pornografia infantil na internet em 23 países. A operação mundial, batizada de Azahar, foi coordenada pela Espanha. No Brasil, foram realizadas 30 buscas em 11 estados, mas ninguém foi preso. O resultado da operação foi divulgado nesta sexta-feira pelo ministério do Interior espanhol. Há mais de 146 suspeitos em todo o mundo. Ao todo, 479 buscas em residências foram feitas e 428 computadores apreendidos.

As investigações identificaram uma rede mundial de veiculação e distribuição de pornografia infantil pela internet.

Somente no rio de Janeiro, 50 policiais federais participam da operação na quarta-feira. Logo após a chegada dos policiais federais a um dos locais rastreados, no Maracanã, um adolescente de 17 anos se jogou da janela do apartamento, no sexto andar. Na ocasião, abalado com a morte do filho, o pai disse apenas que o adolescente havia passado a noite no computador e que por isso deve ter ficado desnorteado com a chegada dos policiais.

-São pessoas que trocam fotos e alimentam um banco de dados - , explica o delegado que preside as investigações brasileiras, Adalton Martins, da unidade de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal.

- Cada banco de dados dá origem a uma comunidade . O local da base de dados dessas comunidades diversificado - diz o delegado.

No Brasil, as buscas foram feitas nos seguintes estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Sergipe, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais. A Polícia Federal informa que as investigações agora entram em uma segunda fase, a perícia nos computadores, drives, HDs, Fitas VHS e disquetes apreendidos.

A polícia espera concluir a análise do material, que servirá como prova, em dois meses. A pornografia infantil na internet é crime previsto no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente. A pena é de reclusão de dois a seis anos e multa.

O delegado afirma que o Brasil não realizou ainda nenhuma prisão devido a forma como as informações chegavam da polícia espanhola.

- Recebíamos a informação de que certo endereço havia trocado fotos. No endereço, há várias pessoas. Não dá ainda para individualizar e identificar a pessoa. Às vezes, o computador pode ter sido usado por um vizinho - diz.

Além do Brasil e da Espanha, participam das investigações Bélgica, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Lituânia, Polônia, Portugal, Reino Unido, Estados Unidos, Israel, Argentina, Chile, Venezuela, México, Panamá, República Dominicana, Itália, Holanda e República Tcheca.

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