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Curitiba – Mais de um ano após o furacão Katrina ter arrasado Nova Orleans e deixado mais de 1.800 mortos, o setor de construção civil ainda precisa trabalhar intensamente para reerguer e devolver brilho à charmosa cidade do jazz. Em meio à reconstrução, a região vem recebendo inúmeros novos moradores. Muitos deles são brasileiros em busca de boas oportunidades de negócios e de emprego, mesmo que temporário.

É o caso do pernambucano José Florêncio Neto, de 28 anos, dono de uma empresa de importação de granito (do Brasil) e de instalação de pisos e cerâmicas, que emprega seis funcionários. De olho nas oportunidades, ele trocou o estado do Alabama, onde vivia, por Kenner, uma cidadezinha a 15 minutos de Nova Orleans. "Já gostava de Nova Orleans. Depois da tragédia percebi a grande demanda por reforma de casas", diz.

A troca tem sido lucrativa. Em vez de ganhar US$ 1,30 por metro quadrado de revestimento colocado, como no Alabama, ele agora fatura US$ 2,50. "Ainda assim, nosso preço é bom", garante.

O cearense Wilson Bastos Sales, de 26 anos, também vivendo em Kenner, está admirado com a quantidade de brasileiros atuando na construção civil da região. "Trabalho não falta. Ainda há muito para ser reconstruído. Vai levar uns dez anos para que a cidade se recomponha." A maioria dos brasileiros que vão para Nova Orleans à procura de trabalho já morava em outras regiões dos EUA.

Sales estima que quem trabalha com a construção civil ganha pelo menos US$15 por hora (o que dá uma renda mensal média de US$ 2.400). Dependendo da complexidade do serviço, os lucros aumentam.

Sales não trabalha diretamente na construção civil, mas se beneficia do boom no setor. Morando há oito anos nos Estados Unidos, ele trabalha atualmente no setor de marketing da DeWalt, uma empresa do grupo Black & Decker que fornece ferramentas elétricas para a construção civil. Ele foi transferido de Los Angeles para Kenner para fazer parte de um time de mais de 15 pessoas incumbidas da missão de atender à crescente demanda na região do Golfo do México, onde ficam as cidades mais afetadas pela devastação do furacão Katrina, que atingiu os EUA em agosto de 2005.

Segundo Sales, o cenário em Nova Orleans em alguns momentos ainda é desolador. "Às vezes, quando saio de carro passo por mais de dez quarteirões sem ver uma única casa poupada pelo Katrina." O cearense também participa de trabalhos voluntários na cidade, ajudando na limpeza das casas. "As pessoas estão se esforçando para limpar as moradias danificadas porque querem evitar a propagação de doenças. É impressionante ver o quanto a água do mar corroeu as estruturas das casas."

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