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Homenagem a Alexei Navalny na Dinamarca, opositor russo morto em 16 de fevereiro
Flores e homenagens em frente à Embaixada da Rússia durante uma manifestação por ocasião da morte de Alexei Navalny, em Copenhague, Dinamarca.| Foto: EFE/EPA/NILS MEILVANG DENMARK OUT

Após ser responsabilizado pela morte do opositor russo Alexei Navalny por chefes de Estado como Zelensky, Macron e Biden, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi alvo neste sábado (17) de acusação de assassinato pela porta-voz da oposição russa, Kira Yarmysh. “Os familiares e o advogado de Navalny receberam a confirmação oficial da morte de Alexei. Putin o matou”, escreveu a porta-voz em sua conta na rede social X, ex-Twitter.

Enquanto isso, pessoas estão sendo detidas na Rússia por prestar homenagens a Navalny e protestar contra a morte do líder da oposição. Segundo a versão dos serviços penitenciários russos, o opositor de Putin, condenado a 30 anos de prisão, estava caminhando pela prisão onde estava encarcerado, em uma região do Ártico, quando se sentiu mal e morreu nesta sexta-feira (16). Apesar de tentativas de reanimação, ele não resistiu, divulgaram agências de notícias locais.

Segundo a OVD-Info, organização que protege os direitos dos opositores detidos, pelo menos 110 pessoas foram presas em diferentes cidades russas durante ações de protesto. Já o portal Sota divulgou que 15 pessoas foram detidas neste sábado enquanto homenageavam Navalny no Muro da Dor, em Moscou, um monumento dedicado às vítimas da repressão política. A polícia estaria levando quem exibisse faixas em homenagem ao opositor ou criticando o papel do Kremlin em sua repentina morte.

Segundo a imprensa russa, diversas pessoas estão homenageando o líder da oposição desde ontem, colocando flores ou velas em diferentes cidades. Milhares de russos no exílio saíram às ruas para protestar contra o que consideram um assassinato encomendado pelo Kremlin e pediram hoje mais ações em cidades europeias, americanas e latino-americanas.

Oposição quer liberação de corpo

Ao acusar Putin pela morte de Navalny, a porta-voz da oposição, Kira Yarmysh, relatou desconfianças sobre as circunstâncias da morte. Ela especificou que o opositor morreu às 14h17 (6h17 de Brasília), duas horas antes do anúncio oficial feito pelos serviços penitenciários.

"Os funcionários da prisão relataram que o corpo de Navalny está em Salekhard. Os investigadores do Comitê de Investigação o levaram embora. Agora, estão realizando 'exames'", denunciou Kira. Ao que acrescentou: “Exigimos que o corpo de Alexei Navalny seja imediatamente entregue à sua família”.

Além dos protestos da população e as acusações levantadas por correligionários e governos ocidentais contra Putin, os familiares também suspeitam do Kremlin. A mãe de Navalny, Liudmila Navalnaya, chegou esta manhã à prisão do Ártico onde o filho morreu. Ela garantiu não querer receber condolências e lembrou ter estado com o opositor do governo russo naquele mesmo local no último dia 12. “Ele estava saudável e feliz por estar vivo”, escreveu em seu perfil no Facebook.

Navalny era considerado o inimigo número um de Vladimir Putin nos últimos 15 anos. Ele foi transferido para a penitenciária onde faleceu depois de anunciar uma campanha contra a reeleição de Putin nas eleições presidenciais de março.

Em 2020, Navalny foi envenenado e ficou internado em um hospital de Berlim, Alemanha, durante um mês. A substância usada para intoxica-lo, um agente químico nervoso chamado Novichok, foi confirmada por laboratórios alemães e reiterada por laboratórios franceses e suecos. O governo russo negou qualquer envolvimento à época, mas o opositor acusou Putin pelo envenenamento.

Quanto à desconfiança geral levantada sobre Putin pela morte de Navalny, o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, considera as acusações feitas pelo Ocidente “inaceitáveis” antes de serem conhecidos os resultados da autópsia. (Com Agência EFE)

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