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O governo argentino está confiante em aprovar nesta quarta-feira (18) o projeto de antecipação das eleições legislativas de 25 de outubro para 28 de junho, informou nesta segunda-feira (16) o líder do bloco governista na Câmara dos Deputados da Argentina, Agustín Rossi. A oposição tenta impedir a manobra oficial.

O ex-presidente Raúl Alfonsín (UCR-Unión Cívica Radical) rejeitou a proposta da presidente Cristina Kirchner e fez um chamado à oposição para que derrube a medida na Câmara. "Um acordo entre as distintas forças políticas e sociais em defesa da República e da governabilidade não pode demorar mais em ser feito", reclamou o ex-presidente. "A modificação do calendário eleitoral sem consenso não contribui para criar as condições para um diálogo que solucione os problemas econômicos e sociais que agonizam o país", opinou Alfonsín. O argumento usado por Cristina Kirchner é de que o país não suportaria os embates da crise internacional com campanha eleitoral até outubro.

Cristina possui somente 29% de imagem positiva, segundo pesquisa da consultoria Poliarquía. Críticos e opositores acusam o casal Cristina e Néstor Kirchner de usar a medida para evitar um suposto desgaste junto à opinião pública, que surgiria com o aprofundamento da crise econômica até a data original das eleições. O jurista Ricardo Gil Lavedra, ex-ministro de Justiça, opinou que "a mudança das normas que estabelecem o calendário eleitoral, exclusivamente por razões de conveniência de uma facção, causa um dano desnecessário ao coração do sistema democrático".

Segundo ele, as razões evocadas por Cristina para mudar subitamente as regras "são claramente elitistas e antidemocráticas e deixam em evidência a tentativa de obter alguma vantagem eleitoral". O projeto será analisado pela Comissão de Assuntos Constitucionais nesta terça-feira, para então ser encaminhado ao plenário na quarta-feira. Se for aprovado, seguirá para o Senado nesse mesmo dia, informou Rossi, mas os senadores votariam somente na próxima semana. Em princípio, o governo tem maioria para aprovar a iniciativa. Vale lembrar que a presidente da Câmara de Assuntos Constitucionais, Graciela Ocaña, é ex-ministra de Kirchner e aliada do governo.

Dos 257 deputados, 114 são do Partido Justicialista (peronista), da bancada governista denominada Frente para la Victória. Mas segundo cálculos de Rossi, somando os aliados, o governo teria 129, quantidade mínima necessária para aprovar o projeto.

No Senado, dos 72 senadores, o governo teria os 37 votos para aprovar a alteração de datas das eleições, que mudarão o mapa político do Congresso. O projeto tem que ser votado até dia 28 de março, 90 dias antes das eleições, como exige o Código Eleitoral. A antecipação das eleições foi anunciada na última sexta-feira, durante discurso de Cristina no interior do país.

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