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Os principais partidos de oposição na Bolívia prometeram, nesta terça-feira, apoiar uma lei proposta pelo presidente Evo Morales para revogar o mandato dos governantes eleitos por voto popular, com o objetivo de conter uma onda de protestos contra autoridades regionais.

A lei, que afetaria todas as autoridades eleitas democraticamente, incluindo o presidente, foi anunciada na semana passada por Morales como uma saída para a crise política no distrito central de Cochabamba que deixou dois mortos e mais de 200 feridos.

``Esta lei deveria ser aprovada no menor tempo possível'', disse a jornalistas o líder parlamentar da aliança direitista, Poder Democrático e Social (Podemos, na sigla em espanhol), Fernando Messmer, ao anunciar seu apoio à iniciativa governamental.

Morales propôs a lei para por fim às mobilizações de sindicatos e grupos de vizinhos que exigem as renúncias dos governadores de Cochabamba e La Paz, que se declaram a favor de um regime de autonomia que foi rechaçado no ano passado em um referendo nacional.

Messmer acrescentou que o Podemos, o maior partido opositor, e o governante Movimento ao Socialismo ``somam 140 dos 157 parlamentares (senadores e deputados), o que quer dizer que estão garantidos os dois terços necessários'' por tratar-se de uma lei especial interpretativa da Constituição.

O chefe da também opositora Unidade Nacional, Samuel Doria Medina, declarou, de sua parte, que crê que o referendo revogatório devia ser incorporado à legislação boliviana atual e na nova constituição prometida por Morales para ``refundar'' o país.

Mario Cossíio, governador do distrito de Tarija, disse que seu partido, o centro-direitista Movimento Nacionalista Revolucionário, apoiava a proposta governamental porque acolhia uma reivindicação feita há vários meses por governadores opositores. Satisfeito pela boa recepção da iniciativa, o governista presidente do Senado, Santos Ramírez, disse em coletiva que o projeto seria tratado ``imediatamente''.

``É uma interessante iniciativa que combina a vontade soberana de eleger com a vontade soberana de revogar um mandato'', acrescentou.

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