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A oposição da Bolívia pediu nesta terça-feira (9) a cabeça do ministro mais influente do governo de Evo Morales, devido a um caso de suposta corrupção que ameaça atrapalhar a campanha governista antes de um referendo constitucional.

O presidente, até agora, não fez comentários sobre o tema, quase uma semana depois de surgirem as primeiras denúncias contra o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, que se declarou inocente e disse se tratar de uma confabulação política.

Quintana foi acusado por um ex-diretor nacional da alfândega, o militar aposentado César López, de ter ordenado, em agosto, a liberação de uma caravana de 33 caminhões com suposto contrabando. Os caminhões estavam detidos em um posto militar no Estado de Pando.

Presidente do Senado e um dos principais dirigentes da aliança oposicionista Podemos, Oscar Ortiz exigiu que Morales demita Quintana "ou assuma a responsabilidade" de um caso que, segundo ele, pode lançar dúvidas sobre os esforços governamentais contra a corrupção.

Pablo Klinski, chefe da bancada de deputados do Podemos, afirmou que "Quintana não pode continuar no gabinete. Deixou de ser ministro da Presidência para se tornar ministro da delinquência".

O ex-diretor da alfândega não apresentou provas de sua denúncia. O atual governador de Pando, Rafael Bandeira, militar ativo, garantiu que nem Quintana nem nenhuma outra autoridade do governo emitiu ordens relacionadas ao contrabando.

A suposta liberação dos caminhões com carga ilegal (ou fuga, segundo o governo) ocorreu logo depois que o então governador oposicionista de Pando, Leopoldo Fernández, teve o cargo ratificado em um referendo.

Antes da queda de Fernández, detido e processado desde setembro pelo massacre de camponeses, Quintana emergiu como um homem forte na região.

O ministro, que é um dos principais colaboradores políticos de Morales, também é um dos líderes da campanha governista a favor de uma nova Constituição "plurinacional", de linha socialista, que será submetida a referendo no dia 25 de janeiro.

"A campanha pelo 'sim' e pela nova Constituição não pode estar nas mãos de um ministro acusado de corrupção", disse o senador Roberto Ruiz, um dos parlamentares dissidentes do Podemos, que apóia a nova Constituição.

Morales prometeu mudanças constitucionais para "refundar" a Bolívia, dando mais poder aos indígenas e consolidando a política de nacionalizações.

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