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PSDB e Democratas decidiram nesta segunda-feira (4) dificultar o andamento do termo de adesão da Venezuela ao Mercosul no Congresso.

O acordo internacional já recebeu aprovação de Paraguai e Argentina. Ainda restam a chancela de Brasil e Uruguai para que o país caribenho seja considerado membro-pleno do bloco econômico sul-americano.

O termo de adesão está parado na Comissão Mista do Mercosul e não tem data para ser votado. Antes de ser aprovado pelo plenário da Câmara, precisa passar também pelas comissões de Relações Exteriores e Finanças e Tributação.

Com o aval dos deputados, o termo de adesão vai para o Senado, onde terá de passar pela Comissão de Relações Exteriores e pelo plenário.

"O DEM e o PSDB vão criar obstáculos para a votação do termo de adesão da Venezuela até que o presidente Hugo Chávez faça uma retratação", afirmou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

A tensão entre os dois países foi o tema principal da sessão desta segunda no plenário do Senado. Os senadores se revezaram na tribuna para abordar o tema. O líder do PSDB, Arthur Virgílio, propôs que seja aprovada uma moção de repúdio às declarações de Chávez.

Com isso, a crise começa a tomar novo rumo. O senador tucano lamentou o que chamou de corrida armamentista do país vizinho. "Isso não acabará bem: Hugo Chávez vai acabar guerreando com um país vizinho", afirmou Virgílio.

A crise diplomática entre o Brasil e a Venezuela começou na semana passada quando o Senado aprovou uma moção sugerindo que o governo venezuelano revertesse a decisão em relação à não renovação da concessão da emissora RCTV.

Chávez, por sua vez, lamentou que o povo brasileiro tenha um Congresso que "repete como papagaio" as posições dos Estados Unidos.

A tensão chegou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a posição do Senado e classificou as palavras de Chávez como "manifestações que (põem) em questão a independência, a dignidade e os princípios democráticos" do Brasil.

Renan

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também deu gás à crise diplomática aberta com a Venezuela ao dizer que não há liberdade de imprensa e que há problemas com a democracia do país de Hugo Chávez.

"Se houvesse liberdade de imprensa, nós não estaríamos discutindo o que estamos discutindo aqui, agora. E nós estamos discutindo porque a democracia, com a globalização, não tem fronteira. Onde ela tiver problemas, a sociedade daquele local ou qualquer outra sociedade têm o dever de enfrentá-los", disse o presidente do Senado.

O comentário contraria a posição do assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, que defendeu a decisão de Chávez de não renovar a concessão da emissora RCTV, que fazia oposição ao seu governo.

Para o assessor, a liberdade encontrada na Venezuela é maior do que muitos países. "Em raros países, vi a imprensa falar com tanta liberdade quanto na Venezuela", disse Garcia.

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