Oposição síria é reconhecida como representante do povo

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Representantes de 83 países reunidos ontem na Turquia reconheceram o Conselho Nacio­­nal Sírio como representante legítimo da população síria e o principal interlocutor da oposição do país com a comunidade internacional.

O grupo Amigos do Povo Sírio, uma coalizão de oponentes do presidente sírio Bashar Assad, pediu que Kofi Annan pressione pelo fim da violência e exija o cumprimento de um plano de paz. Annan, enviado da Organização das Nações Unidas e da Liga Árabe para negociar com o governo de Assad, apresentou um plano de paz que foi aceito na semana passada, mas não cumprido. O plano pede cessar-fogo imediato e o início de um processo de negociação liderada pela Síria.

No texto final da reunião, o grupo disse que Assad precisa cumprir o cronograma previsto no plano de Annan, e que a janela de oportunidade para a Síria cumprir seus compromissos não é "indefinida".

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, pelo menos 34 pessoas morreram ontem na Síria em con­­frontos pelo país, 15 deles membros das forças de segurança do governo.

A conferência em Istambul não contou com a presença da China, da Rússia e do Irã, principais aliados de Assad e que discordam do Ocidente e dos aliados árabes sobre como parar o conflito interno no país.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, expressou ceticismo quanto à adesão do governo sírio ao plano de paz de Kofi Annan. "Quase uma semana se passou e temos de concluir que o regime está aumentando sua lista de promessas não cumpridas", disse Hillary.

Segundo participantes da conferência, a Arábia Saudita e outros países do Golfo Árabe estão criando um fundo para pagar salários aos membros do Exército Livre Sírio, de opositores de Bashar Assad, e soldados que abandonaram o regime para se juntar aos opositores.

Com a economia síria em decadência, os salários incentivariam a deserção de soldados do exército de Assad, enfraquecendo o regime.