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Jovens palestinas usam velas durante um protesto contra o presidente sírio Bashar Assad | Suhaib Salem/Reuters
Jovens palestinas usam velas durante um protesto contra o presidente sírio Bashar Assad| Foto: Suhaib Salem/Reuters

Investigação

Secretário de Estado dos EUA e chanceler russo entram em acordo

Reuters

O secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, concordaram ontem com uma investigação objetiva da ONU sobre a denúncia de ataque químico na Síria, desde que os inspetores que estão no país tenham acesso seguro à região.

Em nota divulgada pelo governo russo, Moscou defende que os rebeldes que dominam a área devem "garantir a segurança" dos inspetores. "O lado russo pediu ao governo sírio a cooperação com os peritos químicos da ONU. Cabe agora à oposição, que deve garantir o acesso seguro para a missão ao alegado local do incidente", afirmou a nota.

Opostos

Moscou e Washington têm muitas vezes tomado posições opostas sobre a Síria, mas o ministério russo disse que o chanceler Sergei Lavrov e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, haviam concordado sobre a necessidade de uma investigação independente durante um telefonema ontem.

Na quarta, os russos acusaram os rebeldes de terem engendrado a ação para incriminar Assad.

1.300 mortes é o número máximo estimado pela oposição síria do suposto ataque com armas químicas ocorrido na última quarta-feira na região de Ghouta, a leste de Damasco.

Extraoficial

Agências de inteligência dos Estados Unidos e de países aliados fizeram uma avaliação preliminar de que as forças do governo sírio usaram armas químicas para atacar uma área perto de Damasco nesta semana e que o ato provavelmente teve aprovação do alto escalão do governo do presidente da Síria, Bashar Assad, de acordo com fontes de segurança norte-americanas e europeias que falaram sob condição de anonimato. Provas conclusivas podem levar dias, semanas ou mais.

  • Presidente Obama espera que o governo sírio autorize investigação por especialistas da ONU

Rebeldes sírios conseguiram enviar para fora do país amostras colhidas das vítimas do suposto ataque com armas químicas ocorrido na última quarta-feira. O objetivo é ter o material examinado por especialistas.

"Nós colhemos as amostras e mandamos para fora da Síria", disse à Reuters, em Istambul, o secretário-geral da Coalizão Nacional Síria, Badr Jamous. Ele se negou a dizer para onde as amostras foram enviadas. Há informações de que o material foi mandado para a Jordânia.

O presidente sírio, Bashar Assad, está sob crescente pressão internacional para permitir que os inspetores da ONU que estão na Síria investiguem o suposto ataque desta semana na região suburbana de Ghouta, em Damasco, controlada por rebeldes.

A oposição diz que poderia garantir a segurança dos inspetores em áreas sob seu controle. "É crucial que esses inspetores cheguem lá em 48 horas", disse Khaled Saleh, porta-voz da coalizão oposicionista, em entrevista coletiva.

Ele aparentemente estava respondendo a insinuações feitas pelo governo russo de que a oposição síria estaria obstruindo uma investigação objetiva sobre o ataque. Segundo partidários de Assad – a Rússia entre eles –, rebeldes sírios teriam armado o ataque, que matou centenas de pessoas durante o sono, para incriminar o governo.

Ativistas sírios já haviam dito que pretendiam enviar amostras colhidas das vítimas para os inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) que chegaram no domingo passado a Damasco a fim de investigar três supostos ataques químicos anteriores, de proporções menores.

A coalizão oposicionista disse ter informações preliminares baseadas em múltiplas fontes – incluindo um membro das forças de Assad – de que 16 mísseis foram lançados em um ataque inicial, pouco depois de 2h30 de quarta-feira (20h30 de terça em Brasília).

Obama pede mais esclarecimentos

Folhapress

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a comunidade internacional precisa saber mais sobre a acusação de ataque químico na Síria e pediu que Damasco autorize a investigação. Questionado sobre uma intervenção, descartou que a ação militar possa dar fim ao conflito sectário.

As declarações foram exibidas ontem pela rede de televisão CNN, dois dias após a oposição síria denunciar a ocorrência de um ataque químico em quatro cidades ao leste da periferia de Damasco, área que é dominada por rebeldes.

Segundo os insurgentes, o regime de Bashar Assad bombardeou a área com um gás que causou a morte de centenas de pessoas. Damasco nega a acusação e afirma que as alegações contra suas forças são "ilógicas e fabricadas".

Na entrevista, Obama afirmou que está em contato com a comunidade internacional para pressionar por uma investigação dos observadores da Organização das Nações Unidas (ONU), no país desde domingo passado. "O que vimos indica que é claramente um grande evento, de muita preocupação, e estamos em contato com toda a comunidade internacional".

Ele não comentou se pretende fazer uma intervenção militar no país, como prometeu caso fosse provado o uso do armamento. No entanto, descartou que a ação de tropas americanas fosse a solução, já que, além da guerra civil, o país está imerso em um conflito sectário.

"A noção de que os EUA podem de alguma forma resolver um complexo problema sectário dentro da Síria algumas vezes é exagerada", disse Obama.

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