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O presidente da Comissão Nacional de Primárias (CNP) da oposição, Jesús María Casal, disse que o órgão vai prosseguir com a organização de prévias “autogeridas”
O presidente da Comissão Nacional de Primárias (CNP) da oposição, Jesús María Casal, disse que o órgão vai prosseguir com a organização de prévias “autogeridas”| Foto: EFE/Rayner Peña R.

A oposição ao ditador Nicolás Maduro na Venezuela anunciou nesta sexta-feira (16) que realizará primárias por conta própria, um dia após três dos cinco principais reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) terem renunciado.

A renúncia foi encarada como uma manobra do chavismo para sabotar o processo para eleições gerais no país em 2024, já que os opositores ficariam sem o apoio técnico do CNE para as eleições primárias, marcadas para 22 de outubro.

“Vamos avançar com a organização de primárias autogeridas”, afirmou em entrevista coletiva o presidente da Comissão Nacional de Primárias (CNP) da oposição, Jesús María Casal.

“Desde o início deste percurso, sempre dissemos que as primárias são uma questão de direito. Hoje também é uma questão de direito, como foi quando insistimos em ter os centros de votação tradicionais para as primárias. Não foi possível, mas vamos continuar no caminho já traçado de identificar e preparar centros autogeridos”, disse Casal.

O líder opositor Juan Guaidó, que liderou um governo venezuelano paralelo ao de Maduro entre 2019 e 2022, elogiou a decisão.

“Sou e serei apoiador e acredito nas primárias, porque representam unidade, por isso, diante da sabotagem da ditadura para a realização desse processo, comemoramos a decisão do CNP de avançar no exercício de um direito e no esforço de reunir toda a alternativa democrática”, escreveu no Twitter.

Na quinta-feira (15), o especialista eleitoral Jesús Castellanos já havia declarado ao jornal espanhol El Mundo que a renúncia de três reitores do CNE “dinamita” o conselho eleitoral para apoiar tecnicamente as primárias e que a CNP teria que organizar sozinha o processo de escolha dos candidatos oposicionistas.

“[...] é claro que, face às eleições presidenciais de 2024, o regime [de Maduro] não estava interessado em manter a atual CNE. Era aceitável para eleições locais, que não o colocavam em grande risco, mas agora vão buscar um caminho que desmotive a oposição, gere atrito interno e frustração na população”, argumentou.

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