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A ex-deputada venezuelana María Corina Machado, que foi tornada inelegível por 15 anos pela ditadura chavista na semana passada
A ex-deputada venezuelana María Corina Machado, que foi tornada inelegível por 15 anos pela ditadura chavista na semana passada| Foto: EFE/Miguel Gutierrez

A ex-deputada venezuelana María Corina Machado, que foi tornada inelegível por 15 anos pela ditadura chavista na semana passada, afirmou em entrevista publicada nesta quarta-feira (5) pelo jornal O Globo que a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o regime de Nicolás Maduro é “inadmissível” e que o Brasil perde credibilidade ao apoiar o ditador.

Recentemente, Lula causou indignação ao dizer que as denúncias sobre violações de direitos humanos na Venezuela são uma “narrativa” e que não chama o regime chavista de ditadura porque “o conceito de democracia é relativo”.

Na entrevista ao Globo, Corina lamentou o fato de Lula não ter comentado sua inelegibilidade no encontro do Mercosul realizado esta semana. O tema foi abordado pelos presidentes do Paraguai e do Uruguai, Mario Abdo Benítez e Luis Lacalle Pou, respectivamente, que cobraram posições do bloco econômico sobre a Venezuela.

“Lula foi insistente em seu desejo de acompanhar um processo de transição democrática por meio de eleições limpas, transparentes e competitivas em 2024, mas na cúpula do Mercosul disse que não estava devidamente informado, imagino que a esta altura já o estará. Dada sua proximidade e amizade com Maduro, para os venezuelanos e para todos os democratas do mundo, deve ficar clara qual é a posição de Lula sobre essa aberração que cometeu Maduro”, disse Corina.

Na última sexta-feira (30), o deputado venezuelano José Brito divulgou um documento da Controladoria-Geral da Venezuela, que confirmou que María Corina Machado está impedida de concorrer a cargos eletivos por 15 anos.

O órgão da ditadura chavista alegou que a inelegibilidade de Machado foi determinada após investigação patrimonial que apontou atos contra a “ética pública, a moralidade administrativa, o Estado de Direito, a paz e a soberania” da Venezuela.

Corina afirmou que se preocupa com o fato de Lula seguir sem condenar a ditadura venezuelana, porque a “influência do Brasil na região e fora dela é indiscutível”.

“Seja por razões de afinidade ideológica ou projetos em comum, a posição de Lula é inadmissível a esta altura do jogo, com 25% da sociedade venezuelana espalhados pelo mundo, milhares no Brasil; com uma investigação sobre crimes de lesa-humanidade avançando no Tribunal Penal Internacional; quando existem acusações bem documentadas na Justiça internacional sobre corrupção, narcotráfico, lavagem de dólares e financiamento do terrorismo; Maduro é tóxico”, disse Corina.

“Acho que o governo brasileiro pode contribuir de maneira significativa para uma transição pacífica na Venezuela, mas não botando panos quentes e justificando os crimes de Maduro. Assim, o Brasil perde autoridade moral frente aos demais atores democráticos para se tornar um interlocutor confiável. Não pode demonstrar esse nível de suposta ignorância”, criticou a oposicionista.

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