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Crise

Oposicionista venezuelana María Corina Machado perde mandato

Presidente da Assembleia alega que a deputada violou a Constituição do país ao aceitar cargo de representante do Panamá, para divulgar relato sobre protestos na Venezuela, em reunião da OEA

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou nesta segunda-feira (24) que a deputada de oposição María Corina Machado perdeu seu mandato e está proibida de entrar na Casa.

Cabello afirma que Corina violou os artigos 191 e 149 da Constituição do país ao aceitar o cargo de representante suplente do Panamá ao solicitar o direito à palavra em uma sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Panamá havia cedido a sua cadeira na sessão para que a deputada fizesse um relato sobre a situação no país, que vive intensos protestos desde o início de fevereiro contra o presidente, Nicolás Maduro.

Os embaixadores dos Estados-membros da OEA aprovaram, no entanto, o pedido da missão venezuelana para que fosse retirado o ponto da agenda dedicado à situação no país, fazendo com que Corina perdesse a palavra.

Cabello, que lidera a maioria governista da Assembleia Nacional, ainda disse que Corina será investigada por "traição à pátria".

"Ela não tem mais imunidade parlamentar, pode ser detida a qualquer momento sem prévia notificação de ninguém", disse Cabello, em sua fala.

O artigo 191 afirma que nenhum deputado "pode aceitar ou exercer cargos públicos sem perder seu mandato, exceto em atividades docentes, acadêmicas, acidentais ou assistenciais, sempre que não suponham dedicação exclusiva". Já o artigo 149 diz que nenhum deputado pode aceitar cargos e honras de governos estrangeiros sem autorização da Assembleia Nacional.

Corina é uma das vozes mais estridentes da oposição venezuelana, ao lado de Henrique Capriles, ambos pertencentes à Mesa de Unidade Democrática.

O líder de outro partido de oposição, Leopoldo López, da Vontade Popular, está preso desde fevereiro, acusado pelo governo de incitar distúrbios para lograr um golpe de Estado. Prefeitos oposicionistas também foram detidos por forças nacionais na última semana, também acusados de fomentar os protestos.

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