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Membros da oposição da Síria pediram hoje que o contestado presidente Bashar Assad garanta uma transição para a democracia, como exigido pelos manifestantes no país, ou se prepare para o colapso de seu governo de 11 anos. A ação militar na instável cidade de Deraa entrou em seu terceiro dia. A oposicionista Iniciativa Nacional pela Mudança afirmou que a democracia deveria "salvaguardar a nação de cair em um período de violência caos e guerra civil".

"Ou o regime lidera uma transição pacífica para a democracia ou ele passará por um processo de protestos populares que vão causar uma grande e profunda revolução, que irá acabar com o regime e levar a Síria a um período de transição após uma onda de violência e instabilidade", afirmou o comunicado. "Se o presidente sírio não quer ficar na história como o líder deste período de transição, não há alternativa para os sírios a não ser avançar pelo mesmo caminho tomado por tunisianos, egípcios e líbios", acrescentou a entidade.

A Síria enfrenta grandes protestos por democracia desde o meio de março. A repressão a essas manifestações já deixou pelo menos 400 mortos, segundo ativistas pelos direitos humanos. Manifestantes tomam as ruas mesmo após Assad acabar com leis de emergência, que vigoravam havia quase cinco décadas, e abolir um repressivo tribunal de segurança nacional, na quinta-feira passada.

Forças sírias lançaram um sangrento ataque a Deraa, epicentro dos protestos no país, ao sul de Damasco, matando mais de 30 pessoas. Nações ocidentais, grupos pelos direitos humanos e as Nações Unidas demonstraram temor com a repressão. Na terça-feira o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, demonstrou preocupação com a crise na Síria. Ban condenou a violência contra manifestantes pacíficos, incluindo o uso de tanques e disparos contra as pessoas.

A França informou hoje que cinco países da União Europeia (UE) retiraram seus embaixadores da Síria para consultas, em um protesto diplomático. Além da própria França, tomaram a atitude o Reino Unido, a Alemanha, a Itália e a Espanha.

Um porta-voz da Comissão Europeia da UE afirmou que o bloco considera todas as opções para lidar com a crise. Segundo o porta-voz, o bloco europeu enviou uma "mensagem muito clara" ao regime sírio, de que "não é aceitável disparar em manifestantes". Ele não especificou quais seriam as "potenciais sanções" ou outras medidas que a UE poderia tomar, mas ressaltou que ela exerce pressão sobre o regime de Assad.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU terá uma sessão especial para tratar da Síria na próxima sexta-feira. A Alemanha e o Reino Unido já anunciaram que apoiam sanções ao país, caso a violência oficial persista.

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