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O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acusou na noite de ontem o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, de estar "deslocado" em seu trabalho "ao se somar às forças mais retrógradas" dos Estados Unidos. "De uma maneira totalmente irresponsável, escutamos Insulza se juntar ao coro dos que insuflam crimes, como esse que aconteceu no Arizona", disse Ortega.

Na chacina em Tucson, seis pessoas foram mortas e 13 ficaram feridas por um atirador que atacou a congressista Gabrielle Giffords, do Partido Democrata pelo Estado do Arizona, no sábado. Em discurso de quase duas horas transmitido em rede nacional de rádio e televisão na Nicarágua, no qual ele comemorou seus quatro anos na presidência, Ortega não explicou como Insulza se juntou aos que "insuflam" esse tipo de crime.

No entanto, acusou o secretário-geral da OEA de "conspirar" contra alguns países da América Latina, como a Venezuela, e condenou que Insulza questione "o direito do povo venezuelano e de seu Parlamento legítimo em darem um mandato ao presidente Hugo Chávez para enfrentar uma emergência". "É uma falta de respeito", disse.

No final do ano passado, a Assembleia Nacional da Venezuela, então totalmente controlada por deputados chavistas, deu ao presidente venezuelano o direito de governar por decreto por mais de 12 meses, alegando que Chávez precisava responder rápido às enchentes que atingiam o país. A nova Assembleia, na qual Chávez não tem maioria absoluta, assumiu no começo deste ano.

Eleições presidenciais

Ortega rechaçou a possibilidade de que a OEA seja observadora das eleições presidenciais nicaraguenses no final deste ano porque "os melhores observadores dessas eleições serão as forças políticas que delas participarão". A oposição nicaraguense insiste que a OEA seja observadora e afirma que a Justiça eleitoral é controlada pelo partido de Ortega, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que já foi acusada de fraudes nas eleições municipais de 2008.

"Ortega, com o discurso, evidenciou seu medo de um processo eleitoral limpo, justo e transparente para todos", disse o ex-presidente Arnoldo Alemán, que deverá se candidatar à presidência nas eleições de 6 de novembro.

A Constituição da Nicarágua proíbe a reeleição do presidente, mas a Suprema Corte de Justiça do país, também controlada pela FSLN, declarou que a cláusula que proíbe a reeleição do mandatário é inaplicável, sob o argumento de que os direitos humanos do presidente nicaraguense seriam violados se ele não pudesse concorrer. As informações são da Associated Press.

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