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A Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) e polícias marítimas de países europeus foram acusadas ontem de ter abandonado à deriva no Mar Mediterrâneo uma embarcação de imigrantes provenientes de Trípoli, na Líbia. O episódio teria ocorrido entre 25 de março e 10 de abril e causado a morte, por inanição, de 61 imigrantes - entre os quais mulheres, crianças e refugiados políticos que fugiam do conflito na Líbia. A Organização das Nações Unidas (ONU) também investiga o desaparecimento de um barco que partiu da Líbia com 600 imigrantes.

A revelação foi feita ontem pelo jornal britânico The Guardian. Durante 16 dias, um barco proveniente da Líbia com 72 pessoas a bordo ficou à deriva quando tentava alcançar a ilha italiana de Lampedusa. Dois dos 11 sobreviventes afirmaram que ao menos um barco da Guarda Costeira da Itália, um helicóptero militar e um porta-aviões da Otan, além de dois aviões caça, ignoraram os apelos por socorro durante o período de deriva, causado por uma pane seca decorrente de um vazamento de combustível. Sem alimento e água, as mortes se sucederam, obrigando os sobreviventes a jogar os corpos ao mar.

"Toda manhã, acordávamos e encontrávamos mais corpos, que deixávamos por 24 horas a bordo, antes de jogá-los para fora do barco", declarou ao jornal britânico Abu Kurke, um dos sobreviventes. Entre os mortos, estavam imigrantes de Etiópia, Nigéria, Eritreia e Sudão. Ao todo, haveria 20 mulheres a bordo e 2 crianças, entre as quais um bebê de 1 ano de idade. A porta-voz da Otan, Carmen Romero, disse que o único navio sob o comando da aliança nessa data estava a mais de cem milhas náuticas da costa.

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